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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Filho, filho meu... existe alguém mais frouxa do que eu?




Deve existir. Mas saiba que eu tenho lutado para ser firme. Inteira.

Serei.

Seremos.

Sereia de mar há de sermos...

domingo, 1 de maio de 2016

Carta de agradecimento (e aberta) para você, L.




Sei que é estranho. Mas saber que você gosta de mim não significa “alívio”...
Me sinto sem ação.

Não que eu não goste de você... Eu só não sei administrar essa situação.
Você está na minha vida, nessa fase difícil, tentando de certa forma me ajudar.
Coisa linda de se ver...

Mas como posso eu, essa pessoa confusa que sou, te amar com profundidade, com nobreza, se não consigo sair dessa bolha chamada “término de relacionamento recente” em que G. me colocou?
Como sabemos, esse ciclo todo começou com você. Você foi o responsável pela rebeldia de “Ana Clara”. Foi responsável também pela luta em que ela se colocou por um novo amor.
Ela se renovou, pensou em ser melhor, em querer o melhor. Conheceu novos carinhas, beijou, se entregou e agora, caiu novamente na fossa.

Sabe?
Ciclo doido esse.
Não que eu não tenha segurança na gente, L. Não tenho segurança em você. Você não nos assumiu, não saiu comigo de mãos dadas por aí, como G. saiu. Foi um idiota, e sabe disso.
Mas como idiota que foi, até que é surpreendente ver você aqui ainda. Me dizendo coisas como me disse hoje...




E é por isso que eu lhe agradeço. Agradeço por ser esse carinha que me diz coisinhas bonitinhas sem querer.

E não era bem isso o que imaginei para essa nossa carta... nossa primeira. Mas foi o que consegui escrever, por enquanto.

Espero que me desculpe um dia, o print que postei aqui. :)

M.




3ª mensagem aberta ao projenitor do meu filho


Espero que você esteja orando. Espero que esteja pedindo perdão desde já.

Porque eu tenho feito isso... pelo pequeno. 

Ele há de ser grande, nobre, feliz. Não há de passar por cima dos outros para obter sua felicidade. Há de dar um passo de cada vez. 

Por que qual é o gosto de uma felicidade obtida as pressas? Numa viagem de fim de semana a Curitiba? Com postagens e mais postagens de pura "melação"? 

Acho que é efêmera demais, não é? Passa logo...


De repente, sua sogra tão fofa, que lhe promete até bolo de cenoura, está brigando com você por conta de uma carteira de habilitação vencida.

De repente, seu amigo do curso, que se diz tão intelectual, está sendo exposto e julgado pelos pais por ser gay. 

Por que será? Por que de repente, vem essa onda de coisas ruins na sua vida e na de seus próximos? 

Pense. É como naquele filme Premonição... Há uma escala de ondas negativas a quem joga a pedra no lago. Você jogou. Não pensou em mim no dia 5 de janeiro. Terminou, sem nem me dar uma chance de mudança, uma chance de ser melhor. Me julgou academicista, elitista, e nem lembro mais o que. Não pensou que eu poderia ter sentimentos nobres, que eu poderia sofrer também. 

Ótimo. Sofra você agora. Sofram eles também, que te apoiaram nesse romance novo. Que me julgaram também. 

Esquerdo-machos. Falsas feministas. Hipocrisia reina por aí. 

Espero que esteja orando desde já, G... Espero que esteja pedindo perdão. 

Porque não serei eu a ter pena de você. De vocês.

Mas não sou eu que cobro. Não tenho esse poder. É a vida. 

Sem mais, 

M.


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Carta aberta ao meu filho, o primeiro


Sim, o primeiro. E não sei se terei mais.
A questão é que é muito sofrimento... para uma criança só.
Cansa, viu?
E tem horas que nem parece que você está aqui... a barriga parece pequena... ou parece a mesma barriga de antes.
Sua mãe sempre foi gorda, sabe? Às vezes uma gorda bonitinha, em outras, uma gorda feinha. Mas sempre gorda.
Hoje, o mundo parece estar mais aberto a esse tipo de “biotipo”. Mas saiba que eu já enfrentei uns bons bullying por isso.
Era bem triste ser gorda. Aliás, é até hoje. Mas a gente vai relevando, tentando superar, tentando se encontrar...
Não é ruim ser gordo. Se você assim for, será bem feliz também. O problema são as recaídas. Tem dia, filho, que é difícil. Você se sente um lixo.

E é por isso que eu sempre fui uma garota romântica, que só pensava em suas paixões. Sonhava com o primeiro beijo, com um casamento... Porque isso para mim, eu já sabia: não seria uma tarefa fácil!
Mas quando seu pai surgiu na minha vida eu já não pensava mais assim não. Estava bem calejada já com as pedras que a vida havia me tacado. Mas alguma coisa fez surgir novamente aquela garotinha frágil, indefesa, solitária...

Solitária = Solidão.

Talvez tenha sido o amor, a carência, ou o simples fato de seu pai não ligar muito para mim às vezes. O que nos faz retornar a segunda opção... Carência!
Lembro-me, em Ribeirão, dia seguinte ao “Despertar da força”, no café-da-manhã do hotel em que nos hospedamos, havia eu comido já dois pães... Mas eu tenho isso, como pelo sabor... e o pão estava gostoso! Pedi para seu pai pegar mais um pão para mim. E se você pudesse ver a cara que ele fez... Sim, eu também teria pensado duas vezes antes de pedir! Eu já estava grávida de você, era comecinho... Comecinho de tudo: de romance, de gravidez. E ele não teve a nobreza de pegar para mim. Dá para perceber a partir daí, que alguma coisa não estava se saindo bem para gente. Eu só queria ser cuidada, filho. Ser protegida. Acho que não é pedir demais... Mas a vida tem dessas coisas, e se choro hoje por me lembrar desses momentos, amanhã sorriu por coisas boas que hei de me lembrar também.

Mas voltemos a falar de você, meu lindo. Meu fofo. Meu “tchuco-tchuco”. Você, meu filho, é novidade para mim. Tem hora que sinto você mexer... e mexer... Coisa linda. E de repente você fica quieto... por um boooom tempo.
E como dói! Aaaiii!!! Dói para se sentar, dói para se levantar, sinto meus órgãos todos se esmagando quando abaixo para pegar algum objeto que venha a cair no chão. Terrível isso! E os gases??? Nossa... sinto que cada gás é uma vida que se vai... (rs)
Não venha me dizer lá na frente que eu não sofri por você, ou que eu não lhe amo, hein! Não sei se serei uma boa mãe, se saberei te dar educação, bons modos... Se eu, como professora que sou, serei uma boa professora a ti, te cobrarei tarefas, boas notas... Se seremos cúmplices, amigos, mãe e filho... Pessoas felizes só por estarem juntas uma da outra. Não sei de nada disso. Mas espero de coração que sejamos tuuuudo isso!
Porque fracassei em muitas coisas, filho. Mas não gostaria de falhar como sua mãe. Por isso, se abra a mim sempre que puder. Diga o que está acontecendo com você, sempre que puder. Não fique com medo, com dúvidas, incertezas, inseguranças. Eu prometo que vou tentar te ajudar. Posso não conseguir, mas eu tentarei.

Porque um elo aqui já está criado entre nós. Porque um amor entre mãe e filho costuma durar bastante. Porque parte da minha vida já circula pela sua. J

Beijos da mamãe,


M. 

domingo, 24 de abril de 2016

2ª mensagem aberta ao progenitor do meu filho


Na primeira temporada de American Horror Story, a empregada fantasma diz ao patrão:

"Não há pecado maior no mundo do que trair uma mulher grávida."

Espero que entenda o que eu quero dizer com isso, G... 

Não sou eu que te desejo coisas ruins e elas acontecem... é a vida. Ela cobra o preço de certas coisas que a gente faz. Simples assim. 

E infelizmente, sua girlfriend "peixe" também está no meio. Sinto muito.

Não dá para ser feliz passando por cima da felicidade alheia... Ainda mais, por cima da felicidade de um inocente, que no caso, é o nosso filho. Aliás, meu filho. 

Sem mais, 

M.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Cansada



Mais uma vez uma angústia me invade...
Não sei se é saudade, ou coisa normal mesmo do dia-a-dia.
Mas o fato é... cadê o que me falta?
E o QUE me falta?

Será que depois que o baby nascer as coisas vão melhorar? Será que essa angústia vai passar?

Fico pensando no pai dele... na namorada atual desse pai... em ela ser “a melhor das melhores”. O que classifica uma pessoa melhor que a outra?
Olha G... Olha o que você fez comigo. Olha essa transformação. Esse sofrimento.

Vi fotos minhas antigas. Que saudade de mim!
Saudade do meu cabelo, dos barzinhos, da busca desenfreada por alguém ao meu lado... essa necessidade de me sentir bem, amada, feliz.
E hoje o que faço? Procuro por músicas de ninar!
Será que estou sendo muito egoísta?
Oh Deus... que fase!
Ando cansada... de mim, da barriga, da rotina, da própria canseira.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Daquilo Que Se chama Mágoa


A mágoa:
Mágoa é aquilo que tampa seus olhos. Impede sua respiração.
A mágoa te segura na hora de um riso frouxo. Na hora de construir planos.
Você fica impermeável.
Nada te toca.
Nada te transpassa.
Nem chuva, nem sol.
Você quer observar a lua com alguém ao lado... mas esse alguém nunca está lá.
Você se habitua a ser sozinho. A ser descrente.
A mágoa te fragiliza. E quanto mais frágil, mais suscetível fica a contrair mais mágoas.
Às vezes é só um aluno desaforado. Às vezes é o vizinho do lado.
As vezes pode ser um amigo casado. As vezes pode ser só o seu coração desacelerado.
Mas a mágoa está ali... como se fosse uma entidade pronta a possuir seu corpo.
Você até pensa no monte de remédios da sua mãe... pensa em tomá-los, em se suicidar, porque viver se tornou indigesto.
Mas morrer te levaria aonde?  
À um inferno?
À um purgatório, quem sabe?
Ou talvez, à um céu...
E você faria o que lá? Viveria essa mesma mediocridade de hoje? Essa mesma sensação? Esse mesmo tédio?
Qual é a graça de um céu? De um inferno? De um julgamento?
Você está magoado, não está vivo há muito tempo.
Não lembra mais o sabor de um bom café, ou de um bom papo descontraído.
Você não tem mais a bússola de um caminho. Não se importa mais em defender uma causa, ou alguém. Está impermeável. Descrente em Deus, na vida, em suas escolhas.
Impermeável.
Você não absorve nada. Não consegue mais absorver, nem mesmo amor próprio.
Você está pior a cada dia.
O choro vem mais forte...
A compulsão alimentar também.
E você se torna gordo com tantas mágoas alimentares.
Sua obesidade te enterra ali mesmo, no meio da mesa.
Você morre... morbidamente, com sua obesidade mórbida.
Você sente dores... no pé, na coluna. Sua barriga está flácida, e seu cérebro também.
Tudo se tornou tão horrível, tão sem alma, que só comer faz de você uma pessoa menos infeliz. Você está magoado com a comida também. Mas você a quer mesmo assim.
E você se pergunta: é só isso mesmo? Pão todos os dias? Omelete todos os dias? Cadê o macarrão, mãe? Cadê o macarrão que eu tanto tenho pedido?
Mas o macarrão não vai resolver minha vida.
O macarrão não vai matar minha vontade de comer.
Porque Deus não se fez existir ainda...
Porque morrer ainda não é uma boa opção. Por que o que mais haverá depois? Mesmo se todos os remédios do armário, tomados de uma só vez, fossem fatal, o que poderia haver de tão extraordinário do outro lado?
E você sabe que não é o remédio o que você quer...
Talvez você queira só um abraço...
Ou um carinho.
Amor...
Na realidade, você nem sabe exatamente o que gostaria de ter. Ou querer. E nesse sentido, sua mãe tem razão quando diz “você não sabe o que quer...”
Todas as coisas não possuem mais o mesmo sentido para você. Então, laços familiares, amorosos, religiosos, ganham uma conotação diferente. E tudo, t-u-d-o... T – U – D - O! Vai para a lata do lixo nas horas mais entristecedoras...
E aí, você se magoa mais ainda com todos, com você, com Deus. Porque não houve cuidado, não houve proteção, não houve amor.
E você está jogado... despedaçado.

Magoado.


terça-feira, 28 de abril de 2015

Da noite em que fui à locadora



Eu vi muita coisa nessa minha ida à locadora.
Vi um gato morto na rua 24, perto do centro.
Vi um sapo no portão de casa, quase dentro.
Vi uma das minhas cachorras devorar o travesseirinho da outra, sei lá se por divertimento.

Dentro de casa, de volta, vi o beijo da sexta, confundir-se com o do sábado.
E o prazer do passado calar a boca da saliva de tanto desejo.
Não era desejo.
Até ser experimentado.
Hoje essa angústia, essa paralisação da sensação dos batimentos.
Não poderia ser mais duro.
Uma ausência sem precedência. Eu segurei os pensamentos na sexta, segurei o ar, a barriga, a pessoa inteira. Por um momento de paz.
Beleza jovem, 20 anos. Moço de tudo. Cadê teus olhos de pêssego suave? Será que devorados pela saudade, não mais me encontrarão na saída de casa?
Onde estão suas asas? A bater por outras bandas? Por outras baterias?
Eu até que iria...
De novo, nesse seu envolvimento racionamento.
Me racionou em três. Em três racionados, esses três mal tratados.

Um já não mais me levava até a cabeceira da moto. Já não mais me levava em silêncio no peito, não mais me botava pra dormir.
Eu senti de não ter efeito.
Você bem que poderia me juntar novamente.
Por você, eu saberia derramar mel de bondade no passado seu. No filho teu.

Mas há um beijo a mais.
Um beijo notório, satisfatório.
Presença aguda, sabor contente. O que há demais num beijo dado ao som das estrelas?
Elas falaram com a gente. Sim, cantaram...
E nos revelaram uma lua em crescimento.
Algum barulho aconteceu na porta.
Você me soltou.
Eu, que sou tão frágil. Eu, que nada sei, nada sigo. Eu, que assim como quem rasga o peito a céu aberto, voando pelas casas, abri minha casa para você... Eu, que assim como sou, sou tão eu...
E você me soltou, me virou as costas, entrou no carro, e saiu, como quem sai de qualquer canto, pra qualquer outro.
Você... que não me levou junto. Que não me carregou no presente. Você que só me deu passado. Você, que hoje me pergunta das minhas cinzas, vai dizer que o teu céu é o que mais brilha?

Estou eu, fracionada agora. Dividida, racionada. 
Que cada um tome a sua parte, e deixe eu, com as minhas.
As minhas, que nessa minha ida à locadora, pôde ver tantas coisas... 
...minhas.
E como eu vi coisas nesses vinte minutos de ida à locadora.
Poderia contar uma estória.
Poderia pôr em pratos limpos!
Poderia nem me importar.
Ou... poderia?



quarta-feira, 22 de abril de 2015

Ana Clara...



Ana Clara ontem, pôs em teste o carinha que diz que a ama. E o carinha que diz que a ama, não deu a resposta certa.
Ana Clara seguiu para a próxima pergunta. Para o próximo carinha.

Ana Clara sabe já entender que para que algo dê certo, como um romance, por exemplo, ambos precisam estar envolvidos. Já sabe perceber que quando o cara (que diz que a ‘ama’) não a chama pra sair, e é ela que acaba por fazer o tal convite, e a resposta é “até que eu iria, mas e o desânimo?”, é porque há algo errado.

Ana Clara não é burra. É dona de si. De suas escolhas. De seu corpo. De seu prazer.

Dizer que ama Ana Clara, e não ter ânimo para vê-la, é algo realmente muito estúpido. No mínimo, contraditório. Coitado então, de quem acredita em suas próprias mentiras. E chora depois, por ver que só fez merda, e sempre irá fazer, porque não sabe valorizar o que têm nas mãos. Quem tem nas mãos.

Mas Ana Clara está realizada. Não se importa se valorizou ou deixou de valorizar. Ana Clara escreve sua própria história. Com a caneta que quer, no papel que quer. E quem sabe, escreva a de outros também...

Ana Clara não tem medo da vida. Não tem medo de assumir suas preferências, seus gostos, de assumir quem gosta.
Ana Clara disse uma frase cliché à sua amiga, outro dia: “quem não dá assistência, perde pra concorrência”.
E Ana Clara se transformou em tantas outras. Em tantas outras Biancas, em tantas outras Carlas...


Em tantas outras Marianas. 


sábado, 4 de abril de 2015

Buscando "me" achar...



Da minha última publicação para hoje, muita coisa aconteceu. Muita coisa mesmo.
Morri, ressuscitei, morri de novo, e se estou aqui, já sabem que sobrevivi.
A morte é só uma expressão, é claro. Um meio de dizer que a vida foi cruel demais para aguentar.
Mas aguentei.
E sei que aguentarei sempre.
Até, lógico, realmente morrer. Porque isso um dia vai acontecer. A todos nós.
Pois bem, virei professora. Não que isso seja legal, não que isso seja “uau, isso é demais!”, mas virei professora. Como? Bom, fiz licenciatura em teatro, formei, prestei concurso do Estado para “PEB-II” em Arte, passei, fui chamada, fiz perícia (o que é um saco!), e ingressei.
No meio do ano.
No MEIO do ano.
No M – E – I – O do ano.

Entrar no meio do ano letivo não é nada bacana, como vocês devem estar suspeitando agora. E sim, não é muito bacana!

Mas não é sobre anos letivos que quero falar.

É sobre meu coração partido.

Mais uma vez gostei de alguém. Mais uma vez me decepcionei com alguém.
E mais uma vez esse alguém não quis nem saber de correr atrás dessa que vos fala.

Então... o que fazer? Eu estava errada? Ou ele é que estava?

Enfim... estou em pedaços. Vou ali tentar me juntar, e já volto.
Se conseguir me achar. 

sábado, 10 de maio de 2014

Minha Vida Está Morta






Minha vida está morta
Quando não ouço de qualquer povo
Um grito de socorro.

Minha vida está morta
Quando sei dançar “American Pie”
Mas não sei levantar o irmão que cai.

Minha vida está morta
Quando sei pisar na areia
Mas não sei lidar com a limitação alheia.

Minha vida está morta
Porque assim aceito que esteja.
Sem meias palavras.
Sem meias cerejas.

Minha vida está morta
Quando sei que o animal morre
Para saciar no homem, a fome.

Minha vida está morta
Quando o que tenho de melhor (minhas palavras!)
Não lhe trazem à face suas verdadeiras lágrimas.

Minha vida está morta
Quando minhas metáforas filosóficas
Não lhes transforma!

Minha vida está morta
Porque assim aceito que esteja.
Sem meias palavras.
Sem meias sertanejas.

Minha vida está morta
Quando todo o meu trabalho
Escorre pelo ralo.

Minha vida está morta
Quando meus quilos a mais
Me excluem dos demais.

Minha vida está morta
Quando as minhas verdadeiras lágrimas brotam
E todos os lenços molham.

Minha vida está morta
Porque assim aceito que esteja.
Sem meias palavras.
Sem meias pretas.

Meu mundo é indecifrável.
Não consigo explica-lo.
Você fez vir à tona todas as minhas fragilidades.
Todas.

Me descubro agarrada à uma pelúcia
Com medo dos adultos...
Sou uma criança
Sem passado e sem futuro!

E assim minha vida está morta...

Minha vida está morta
Quando não sei lidar
Com o seu olhar.

Minha vida está morta
Quando você não assume a responsabilidade
Pela minha/nossa felicidade.

Minha vida está morta
Quando você consegue minha paixão
Mas me deixa rastejando no chão...

Morta.
Minha vida está morta!
Porque assim aceito que esteja!
Sem meias palavras...

Sem meias sextas!


segunda-feira, 17 de março de 2014

“Em Terra de Simba, quem tem Disney é Rei”




É uma das últimas cenas. A garota do filme chora porque o escritor estava se reencontrando com a musa inspiradora do seu recente livro.

Vê?

Alguém consegue ver, alcançar as lágrimas dela no filme?
Por que chora?
Será que ser a musa inspiradora é seu real objetivo para aquele momento?

Não. Ela só queria ser o amor revolucionário de alguém, como assim eram com os personagens no livro.



O filme é “Alex & Emma”.
Mas a história já é manjada por todos.
Um amor, uma decepção, uma reconciliação.

Mas não é Tarantino, nem Scorcesse, e por isso mesmo, não tem lá seu devido valor.
Se fosse Beatles na trilha sonora, de repente, pudesse garantir alguns fãs mais velhos.
Se a garota tivesse uns seios maiores pode ser que o escritor nem pestanejasse em ficar com ela... Já a agarrasse ali mesmo, no primeiro encontro.

Mas a garota era só mais uma garota.
Era só mais um “ombro-amigo”.
Lia os livros de trás p/ frente, porque dependendo do final, o leria todo.
Não tinha aqueles poderes de uma “super-girl”: não ria de maneira bucólica, não paquerava sendo charmosa, não sabia as frases de todos os filmes, livros, revistas, jornais, comerciais, patentes, presidentes...

Era só mais uma garota, apenas.

Não havia conhecido nenhum vampiro disposto a brigar por ela.
Não era caçadora de sombras.
Não via espíritos.
Não comia delicadamente.
E não cantava lindamente.

Mas escrevia seus próprios poemas.

- O que? Poemas?
- É, vale mais frase de cinema!
- Querida, em terra de “Simba” quem tem Disney é Rei...

Mas saiba ser uma boa perdedora, garota. Afinal, nem sempre falar “você precisa tirar esses arames farpados em sua volta” irá garantir que o rapaz tenha um “relacionamento sério” com você.
Ele gosta de ser pisado.

Seja você o sapato!

- Realy?
- No!!!

Não leve isso na vida como lema.
Faça poema.

Talvez sua vida insossa ainda possa ser tocada por algum amor revolucionário.
Ou talvez fique ainda presa no bate-papo.

- Mas e o filme?
- Que que tem o filme?
- Ele ficou ou não ficou com ela?
- Com a musa?
- Não ué, não era p/ a garota a nossa torcida?
- Ah, sim!
- E então?
- Digamos que ele tenha ficado com quem era o certo de ficar...
- Não diga! Com a musa???
- Oh my... Esquece!



terça-feira, 11 de março de 2014

Esboços para Mim – 1 –

Gostaria de estar mais atenta e de estar mais atenta, estar mais ativa.
E estando mais ativa, estaria mais reconciliada comigo mesma.
Como escritora, devo dizer: as vias andam me deixando confusa...
O que mais me acomodaria na vida?
Trabalho?
Educação?
Salário?
Escrevo sem saber o norte, se há caminho ou encruzilhada.
A entidade disse:
- Siga sua vontade, seu desejo. Não fique com alguém na base da submissão. Tem que haver o equilíbrio...

E eu lá, duvidando se era uma divindade mesmo ou apenas “teatro”.

Sinto que um cigarro faria bem para a minha imagem de escritora. Clarice que o diga!
Mas não faria bem, talvez, para meus pulmões.

Tantos amores. Tantas paixões. Quero todos. Quero todas.

Já deixei de me amar... Faz um tempo.
Apenas me gosto.
E por me gostar, preservo ainda um pouco da dignidade que me resta: passo perfume e pinto os lábios!

Por que haveria de me amar? Quais os motivos?
Vejamos: inteligente, crítica, linda e... Diria algo mais apimentado aqui, mas não convém!

Um passo de cada vez... Esse é o segredo.
Ah! E claro, pensamento positivo!
Bendita lei da atração! Ainda hei de me beneficiar com ela...

E sendo assim, good bye! 


quarta-feira, 20 de março de 2013

A Queda





Gostei da pastilha. Mas não gostei do sotaque.
As saias rodaram.
Mas as partes não queimaram.
Acho que me desviei do foco.
Acho que me queimei sem o fogo.
E então, não há o que nos disseram quando estávamos no pré.
Não há a camaradagem, não há o apego. Só o apelo.
O pé ainda estrala. A unha nasce torta.
A queda ainda sobrevive.


Você sabe de qual queda estou falando, não é?
Daquela que ninguém sobrevive.
Daquela que a cabeça não esquece.
Daquela que as cicatrizes não escurecem.
Mas, quer saber?
Quer saber qual é o mal da humanidade?
É sair sem saber para onde ir.



LIXO




É esse silêncio, essa clausura, esse momento sem destino.
O distanciamento provoca ilusões.
O “estar” fora dos padrões causa desamparo.
É humilhante, degradante, horroroso.
Nada faz sentido.
Você se torna um lixo. Um pinico.

É... Detesto a civilização em dia de quarta-feira cinzenta.

Perfeição




E então é isso. Certas pessoas não vivem uma vida perfeita.
E creio que basta.
Pra que julgar?
Deus nos fez imperfeitos justamente para que a nossa estadia aqui fosse um degrau para a uma evolução.
E creio que saber disso também basta.

Hoje eu fui trabalhar com sol e voltei de lá com chuva.
Dia perfeito?
Para mim, sim.

Chorei magoada. Cantei desafinada.
Mas agora, estou de alma lavada.



Relampeia ainda. Uns trovões aqui, outros ali. Êta chuva abençoada!
Os passarinhos nos galhos fazem festa. Posso ouvir aqui da sala.
Sala...
Umas almofadas no sofá bagunçam o lugar de onde poderíamos tirar um breve descanso.
Livros se espalham na estante ao lado de onde escrevo. Parecem querer fazer a mesma festa dos pássaros nos galhos.
Eram 17h54 quando comecei a escrever. Abri na hora um pacote de bolacha, esses biscoitos recheados que várias marcas produzem. São tão gostosos que até ás 17h56 já havia comido 7 deles. Ou seja, em menos de dois minutos já havia consumido meio pacote. Se continuasse, em cinco minutos não ia restar mais nada...

Será que é gula?
Será fome?
Será hábito?
Ou seria esse o meu “cigarro”?

É... Comer é um ato civilizado.
Mas, e comer exagerado?


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sentimento Extra




E então você percebe que há um sentimento extra.

Você ama seu pai, sua mãe, sua avó, seu cachorro, seu papagaio, sua bolinha de gude, seu sapato, sua unha roída, seu saco de dormir, seu caderno de primeiro ano.
Mas não parece suficiente.
De repente, você repara que solidão é pouco. Você sente é saudade de algo que não conheceu ainda. Será Deus? Será alma gêmea? Será fome?
Afinal, o que é esse vazio imenso que todos, mais cedo ou mais tarde, há de sentir?
De onde ele vem?
O que ele quer com a gente?
Por que nada o preenche?
Quando criança, não me lembro de ficar perguntando isso para a professora do primário. Será que faria diferença se ela me respondesse?

Quando criança, não me recordo nem se punha opinião sobre a roupa que deveria vestir no dia...

É. Acho que há um sentimento extra. Sobrando.