quarta-feira, 20 de março de 2013

A Queda





Gostei da pastilha. Mas não gostei do sotaque.
As saias rodaram.
Mas as partes não queimaram.
Acho que me desviei do foco.
Acho que me queimei sem o fogo.
E então, não há o que nos disseram quando estávamos no pré.
Não há a camaradagem, não há o apego. Só o apelo.
O pé ainda estrala. A unha nasce torta.
A queda ainda sobrevive.


Você sabe de qual queda estou falando, não é?
Daquela que ninguém sobrevive.
Daquela que a cabeça não esquece.
Daquela que as cicatrizes não escurecem.
Mas, quer saber?
Quer saber qual é o mal da humanidade?
É sair sem saber para onde ir.



LIXO




É esse silêncio, essa clausura, esse momento sem destino.
O distanciamento provoca ilusões.
O “estar” fora dos padrões causa desamparo.
É humilhante, degradante, horroroso.
Nada faz sentido.
Você se torna um lixo. Um pinico.

É... Detesto a civilização em dia de quarta-feira cinzenta.

Perfeição




E então é isso. Certas pessoas não vivem uma vida perfeita.
E creio que basta.
Pra que julgar?
Deus nos fez imperfeitos justamente para que a nossa estadia aqui fosse um degrau para a uma evolução.
E creio que saber disso também basta.

Hoje eu fui trabalhar com sol e voltei de lá com chuva.
Dia perfeito?
Para mim, sim.

Chorei magoada. Cantei desafinada.
Mas agora, estou de alma lavada.



Relampeia ainda. Uns trovões aqui, outros ali. Êta chuva abençoada!
Os passarinhos nos galhos fazem festa. Posso ouvir aqui da sala.
Sala...
Umas almofadas no sofá bagunçam o lugar de onde poderíamos tirar um breve descanso.
Livros se espalham na estante ao lado de onde escrevo. Parecem querer fazer a mesma festa dos pássaros nos galhos.
Eram 17h54 quando comecei a escrever. Abri na hora um pacote de bolacha, esses biscoitos recheados que várias marcas produzem. São tão gostosos que até ás 17h56 já havia comido 7 deles. Ou seja, em menos de dois minutos já havia consumido meio pacote. Se continuasse, em cinco minutos não ia restar mais nada...

Será que é gula?
Será fome?
Será hábito?
Ou seria esse o meu “cigarro”?

É... Comer é um ato civilizado.
Mas, e comer exagerado?


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sentimento Extra




E então você percebe que há um sentimento extra.

Você ama seu pai, sua mãe, sua avó, seu cachorro, seu papagaio, sua bolinha de gude, seu sapato, sua unha roída, seu saco de dormir, seu caderno de primeiro ano.
Mas não parece suficiente.
De repente, você repara que solidão é pouco. Você sente é saudade de algo que não conheceu ainda. Será Deus? Será alma gêmea? Será fome?
Afinal, o que é esse vazio imenso que todos, mais cedo ou mais tarde, há de sentir?
De onde ele vem?
O que ele quer com a gente?
Por que nada o preenche?
Quando criança, não me lembro de ficar perguntando isso para a professora do primário. Será que faria diferença se ela me respondesse?

Quando criança, não me recordo nem se punha opinião sobre a roupa que deveria vestir no dia...

É. Acho que há um sentimento extra. Sobrando. 





quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Floresça com Poemas


(Crédito imagem: http://moisesportovelho.blogspot.com.br/2009/11/folha-ao-vento-imagens-do-passado-1.html)



As flores morrem quando deixamos de dar substratos.
Quando deixamos de rega-la.
Morrem quando não possuem espaços.
Morrem quando deixamos de poda-la.

Mas os matos sobrevivem a sol e lua.
A sol e chuva.

A cada dia que passa, lá estão.
Lembrando que, o que os salvam é a aspereza.
Lembrando que só precisam de um chão.
Lembrando que, o que enfraquece a flor é a delicadeza.

Bota água nessa terra para ver o que lhe espera.
Bota água nessa vida para ver a alegria.
Bota água nesse jarro de flor,
E a deixas exalar o amor.

Plante raiz nesses olhos.
Respire sobremesas com eles fechados.
Diga amém aos seus poros.
Se misture com o que é molhado.

Delicie-se com línguas.
Enterre-se com problemas.
Cavouque por entre ilhas.
Namore com poemas.

Floresça com poemas.

Jogue cinzas ao vento.
Ressinta-se com o tempo.
Não encare só os medos.
Não viva só por credos.
Não evite o tédio.

Plante raiz nessas curvas.
Plante curvas nessa raiz.
Plante raios de sol e gotas de chuva.
Plante lua nesse lugar feliz.

Luar, doce luar.
Lar, doce lar.

Revolva a areia cavada na pele.
Devolva os acertos desse teste.
Retira o pó dessas veias.
Ilumina o pulsar dessa canseira.

Seja bicho,
Seja tribo.
Ouça zumbidos.
Distribua abrigos.

Do mato, retire a fortaleza.
Mas sem muita frieza.
Da flor, sugue a delicadeza.
Mas sem tanta leveza.

Namore menos com problemas.
Floresça mais com poemas.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Por que? (Não Serei Mais Tua)



Triste, triste, triste.

Muito triste.

Eu estou muito triste!

Por que? Por que você não pode sentir minha falta também?
Por que enquanto você está livre, eu estou aqui, presa nesse negócio de te gostar?

Quebrei uma promessa agora. Por você.

E cadê você?
Cadê?

Triste.

Triste, porque quando eu for, não será mais amor.
E então, você se julgará ainda parte desta dor.
Mas, sinto muito, querido.
Não serei mais tua quando eu for.






Tantas Coisas





Respiro. Olho fixamente para o monitor.
Gostaria que não fosse preciso digitar neste momento.
Gostaria apenas de pensar e puft! Já estava escrito.
Passam tantas coisas na minha mente... Tantas coisas.

O meu refúgio é entre as palavras. Literalmente.

Meu coração está batendo forte ainda. Passei os últimos 30 minutos pensando nele. Nele e em Jesus.
Pensei no seu beijo, nos seus olhos, no seu sorriso. Não está fácil.

Por favor, caro leitor: respeite a minha dor.
Ela não é proveniente de um câncer, de um hematoma, de uma cirurgia.
Mas dói.
E é uma dor como outra qualquer, pois, na realidade, estou doente. Doente de paixão.

Pensei em tantas coisas.
Ouvi muitas coisas também. Muitas músicas.

Quis me imaginar no colo de Jesus. Ele me acolhia, me abraçava, me aconchegava em seu colo. Assim, me explicava que o amor supera tudo. O amor Dele para conosco, logicamente.

Tento ser rebelde. Não quero pensar na pessoa que gosto como alguém perfeito. Penso que assim, conseguirei ter raiva e esquece-lo de vez.
Mas sozinha aqui, em meu quarto, a lembrança mais uma vez me toma de repente e numa fração de segundos estou envolta a seus braços, aos seus abraços.

Você é lindo demais.

Queria que essa beleza fizesse morada somente em meus pensamentos. Que fosse apenas alucinação de minha parte. Eu sei que grande parte é. Mas a outra, é responsabilidade sua. Não me encantaria por uma pessoa tão facilmente assim, se ela não fosse realmente encantadora.
Estou ouvindo “Enya”. E adivinha? Ela está cantando uma canção de natal. Linda.

Uma paz imensa me invade agora. Vontade de flutuar.

Cadê a luz branca? Cadê a luz branca para me envolver mais uma vez? Levar-me até o Criador?

Neste momento o gato acaba de pular na cama. Ele está bem carente nos últimos dois dias. Acho que sente quando estou mal e fica por perto. Não está fácil também cuidar dele por esses tempos. Ele já tem 8 anos. Não tem alguns dentes, baba muito, e acaba ficando sujo por conta disso. Muito sujo.
Tenho tentado cuidar bem dele. Mas é complicado, sacrificante, exige muita paciência.
E quem me conhece, sabe: paciência não é uma virtude latente em mim.

Sinto-me cansada. Uma preguiça, um sono me invade agora. E também agora, o gato encosta nas minhas coxas. Quer se sentir protegido, de certo.
 Mas precisa escolher logo eu? Logo eu, que não sei nem me defender de carinhas que ouvem MPB?
Péssima escolha, não?!

Faz um tempo que me desliguei das redes sociais. Acho que 4 dias. É pouco, eu sei, mas, convenhamos, é um bom tempo para quem não desgrudava delas, não acham? Estou criando um recorde!

Pois bem. Neste exato momento expulsei o gato de minha cama. Uma coisa é querer carinho, outra é ficar se lambendo em cima da colcha limpa!
O que? Sou ruim? Em relação a animais, já faço a minha parte não os comendo. O resto que vier de mim, já é um lucro e tanto para eles.

Bom, ao som de “Era” vou me despedindo por aqui. O sono está bem forte. O desânimo também. E a depressão momentânea, então, ixi... Essa já alcançou o nível 100 hoje!

Abraços, fiquem bem fiéis leitores! =)


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Uma Nova Mudança






“Você não sente, não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer”
Velha Roupa Colorida – Belchior / intérprete – Elis Regina


E é isso, caro leitor.

Uma nova mudança.
O blog precisava de uma dinâmica bacana, e creio que esse modelo ficou interessante. Dá até para matar a saudade de textos antigos... Eu, pelo menos, estou curtindo bastante essa mudança!
O estilo “mosaic” é meu preferido. Tem o “magazine”, o “timeslide” que são legais também, e o “classic” é para aqueles que querem algo mais tranquilo de se ver. Tem outros jeitos também de se ver o blog, é só clicar na aba superior, antes de “home” e escolher o estilo que deseja visualizar os conteúdos e depois, clicar na postagem e se esbaldar “á la vonté” nas minhas escrituras. =)

Mudar é preciso. Mudar faz parte da civilização. Mudar nos ajuda com novos objetos.

Afinal, permanecendo ainda com o exemplo da música belamente interpretada por Elis:
"no presente a mente, o corpo é diferente e o passado é uma roupa que não nos serve mais..."

Mas, refletindo um pouco mais, será que novas roupas caem bem na pessoa? Será que novos modelos se identificam com o conteúdo do blog?
Será?

O que acham?

Pois bem, reflitam. E me digam.

Boas leituras! Boas reflexões!
E boa tarde nessa véspera de Natal!

Abraços!


Pedalando por aí



Por que...

Por que mesmo não tendo tanto amor ao que costumamos chamar de vida, temo por ela ao sair de noite pelas ruas, pedalando uma bicicleta velha?

Hoje, meus olhos lacrimejaram um pouco.
Pensando em muitas coisas que abalam meu ser, chorei em me ver tão só.

Assisti “Little Miss Sunshine”. Ou, em bom português, “Pequena Miss Sunshine”. A trilha sonora desse filme é linda demais. Singela, poética, uma fofura.

O filme é muito fofo. Lindo. Por isso, dentre tantos numa banquinha de vendas exposta numa vídeo locadora aqui da cidade, escolhi ele para comprar... Ele e mais 9. Eu sei, o consumismo anda me dominando. Mas convenhamos, não é todo dia que você tem a oportunidade de poder andar novamente e sentir o vento do verão entre as batatas das suas pernas. É preciso valorizar cada momento. Nem que seja, consumindo.

A lembrança do acidente de moto não me machuca mais. Mas, sinto que há um trauma não curado ainda. Ok, o tempo há de ajudar nisso.

A respeito da vida, que disse mais acima, foi pensando na cura desse trauma que me arrisquei num domingo à noite, a andar de bike pelas ruas movimentadas de Barretos. Pensei que assim, estaria provocando uma “fisioterapia” no meu cérebro.
Mas só consegui ficar mais assustada.
Era motoqueiro (e não motociclista, já que não respeitou o trânsito!) saindo do bar sem esperar eu passar, era gente abrindo a porta do carro bem quando eu estava chegando perto, vixi, um sufoco.
No primeiro semáforo, virei à direita e fui por ruas mais tranquilas, voltar ao meu lar, doce lar. Daí percebi o quanto temo pela vida. Ou pela morte. Estava parando em todos os vermelhos, olhando para todos os lados, respeitando cada “pare”. E ouvindo a trilha sonora de “Pequena Miss Sunshine”...

Como ouço agora, enquanto escrevo esses pensamentos.

Mas o sono, a canseira, vai se espalhando por entre as minhas veias. É hora de parar.

Que seja, então.

Abraços, fiquem bem!