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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Por onde recomeçar? (o luto pós-vida)



Recomeçar?
Partir de onde?
Tentar o que?

Quando você se vê diante de uma nova caminhada, o que lhe deixa em dúvida é como dar o primeiro passo.
Você se vê entre a moto e o asfalto, se vê entre a vida e a não vida, se vê entre o ontem e o amanhã.
Como retomar? Como soltar o pause e apertar o play?

Estou prestes a voltar de onde tinha parado naquele 2 de novembro. Prestes a retomar a trajetória que estava trilhando. Nesses 45 dias (mais até) de licença médica, me vi diante de várias reflexões. Vários infortúnios, várias fórmulas de vida. Mas nenhuma me acalentou tanto quanto a minha. Não importa o que ocorreu, não importa o quanto machucou, importa é se houve um aprendizado nessa etapa.

E será que houve?

Não sei o que mais poderia aprender com tudo isto.

O tempo aquele dia, naquele instante, parou. Posso ver no ar o canto do painel da moto se despedaçando, se espalhando pela rua. Minha perna em câmera lenta entra em contato com o chão. A pele é arranhada, cortada, esburacada pelo rude do asfalto cinzento. O dedo, inocente, se estilhaça na pancada. O osso quebra e sai da pele à procura de um socorro, quem sabe. Dizem que é exposta. Mas me parece mais uma fratura “imposta”. Nenhum osso quer isso para si. A não ser que seja algo imposto.

Imposto, como foi o encostar da pele no escapamento. Duas vezes a queimadura resolveu queimar. Duas vezes. E continuou queimando, ardendo, enquanto a única coisa que entoava na minha mente era o meu mantra com Jesus no meio. Sentada na cadeira da cozinha da casa de minha avó, olhando para o pé deformado, ensanguentado, eu só podia pensar em uma inflamação pior, fatal, quem sabe, uma amputação do dedo, do pé, das ideias, da vida, e então, não estaria mais ali...

A morte sempre foi um assunto misterioso para mim. E para muitos, acredito eu. Mórbido, ele parece ser ruim, renegado na hora do jantar, mas pensar em morte é coisa que muita gente faz quando acorda. Eu não sou diferente. Gosto da vida, mas a morte me fascina. Não que eu também não queira viver mais de 100 anos, como Niemeyer. Mas as vezes penso em como será que é o lado de lá.

Naquele instante, segundos no mais tardar, não pensei na morte.

Foi o pós que mexeu comigo. A espera interminável pelo socorro do meu irmão, a voz da minha avó me oferecendo café, água, a minha mãe no telefone ligando para o SAMU, a toalha que ela quis colocar para o sangue estancar e o meu desespero em não deixar. Tudo me fez pensar, nem que seja por instantes também, na tão temível morte.

Viver pode parecer difícil. Mas morrer me pareceu mais.

Eu me desesperei. Eu gritei. Eu ressuscitei.

Vi a vida passar, vi o sonho passar, vi o acidente passar.

O dedo me fez mais forte?

Não, não há força que provenha de situações assim. A força é sua. Está lá indiferente de ter um dedo a mais ou um dedo a menos.

O dedo me fez querer mais a vida?

Não, a vida não pode ser quista apenas por conta de uma fatalidade. A vida tem que ser vivida, e só.

O dedo me fez alguém melhor?

Não. Creio que sou a mesma de mim, precedente ao dia de ontem, existente nesse dia de hoje. Amanhã, não sei. E alguém sabe?

Afinal, o que o dedo me tornou?

Nada. Eu o tornei um dedo novamente. Ele era uma pele morta, despedaçada, um osso quebrado, um sangue desperdiçado. Com todos os cuidados médicos realizados, ele está aqui comigo. Não mexe direito, não tem unha, e não desinchou. Uma linha mal retirada de um ponto ainda se mantém na lateral do dedo. Se vou conseguir expelir ou retirar, sabe lá. Mas o horror pior, creio que já passou.  Se não passou, vai passar.

Não bati a cabeça, não destronquei o ombro, não quebrei a clavícula. Mas na minha vida criou-se uma vírgula. Hoje, não enxergo a junção das duas etapas. Sempre tem o antes e o depois. O pé dói agora. Antes, não doía. O dedo é feio, torto. Antes, não era. O andar é lento, envelhecido. Antes, jovem e rápido ele era.

Talvez, o tempo nos dê um tempo. Talvez, a gente consiga pisar entre os degraus sem neuras, novamente. Talvez, a gente dance na ponta dos pés lindamente. Talvez.

Talvez, nada disso faça sentido. E então, como num piscar de olhos, lá estou eu de novo, no meio da moto e do asfalto. Que seja moto, que seja carro, que seja ônibus, que seja avião, que seja trem, que seja barco. Talvez, outros acidentes me façam envelhecer mais rápido. Talvez, outros transportes me transportem para novas reflexões. Ou talvez, a vida seja isso. Um “talvez”.

Quem vai saber?

Talvez, esse seja apenas um momento de fraqueza. Talvez, esse seja só mais um momento. Ou talvez, esse seja o que restou daquele momento... Quando não via mais nada do que consequências graves para o dedo sangrento.

Eu sangrei. Eu me machuquei. Eu me transbordei.

Eu me reconstruí.

Mas ainda restam frestas. Cacos mal colados. Será que se a morte tivesse pairado sobre mim, ainda restaria algo a ser colado? Será que ainda estaria em construção?
Não é drama. Não é trauma. Pode ser que seja trauma. Pode ser que seja só cautela. Pode ser que seja eu, mais uma velha.

Não há espaços para dúvidas nos dias de hoje. Mas, hoje, não há dúvidas em mim para ocupar espaços. Eu sei o que houve. E como me atingiu. Eu sei o que sou. E no que ainda fraquejo. A ansiedade ainda toma conta de mim, os sonhos ainda tomam a minha noite para si.

O perigo que me rondou, a tragédia que me acometeu, os dissabores que em mim se realizaram a falta de preparo. Parece que tudo se tornou maior e menor, se tornou branco e transparente, sem começo, sem presente. Tudo está como uma névoa. Não se mostra totalmente.

Andar, eu ando. Falar, eu falo. Pensar, eu penso. Mas será que processo? Será que entendo?

Estou numa falsa sintonia de tudo. Estou numa falsa sintonia da vida. Estou numa falsa sintonia com todos.

O acidente parou a minha respiração. Com a parada dela, perdi tudo. Perdi até mesmo o que não tinha. E não adianta querer fingir que está tudo bem.
Algo aqui está trincado ainda.
Algo aqui ainda dói.
Algo aqui ainda diz que é preciso observar mais, reparar mais. Costurar mais.

E não são 5, 7, ou 10 pontos, como assim levei no dedo. A parte do dedo que quase me fora arrancada, me mostrou que algo maior me fora arrancado naquele dia. O que precisa ser remendado agora é ainda pior, profundo, dolorido demais. E não é uma dor, apenas. É uma alergia inteira. Um sintoma mal curado, ressurgido das cinzas. Um tratamento sem fim.

Quem já passou por situações assim, sabe do que estou falando. Não é uma cura que buscamos. Buscamos por nós mesmos. Aquele alguém que éramos, mas que não está mais ali, a nosso dispor. Esse alguém se perdeu entre os estilhaços do plástico, entre os ossos quebrados. E não há nada que o recupere. Não há nada que o faça voltar. Você é outro, é diferente, é estranho a si mesmo. Não compreende o que quer. Não supera a perda.

Você se “auto perdeu”, lembra? E um luto assim, não há terapia que dê jeito. 



domingo, 16 de dezembro de 2012

Como não cuidar de um Gato... Ingrato!



Não sei como cada um é com o seu animal de estimação, se é de estimação, quer dizer que há um carinho por trás disso, uma estima, e não uma autoestima. Ou seja, não é a sua vontade que impera, é a dele. Mas tem hora que não me dou muito bem com o meu.

Ele começa a miar... E eu vou lá e dou ração, ofereço água (porque o ingrato bebe na torneira), ofereço até a ração da cachorra, e nada. Continua miando, mostrando que sou uma mãe desnaturada que não sabe ao certo nem o que seu filho está pedindo.

É um horror. Sabe como é ter a sensação de que não há mais para se fazer? Que é caso perdido? Poxa, se ele ao menos, me entendesse nessas horas... Perceberia que de forma alguma eu gostaria de magoa-lo. Quero o bem dele. Mas nunca o que eu faço corresponde realmente ao que ele quer! Que coisa chata.

Tem hora, que por mais que eu tente, não consigo decifra-lo.

Ok, tem hora que eu acerto. De repente ele está lá, comendo, se lambuzando... Mas tem vez que ele fica me olhando, olhando, olhando... E eu esperando algum sinal a mais, quem sabe, ele vire e me diga sobre a relatividade da vida, das coisas ao redor e da ração que "relativamente" o enjoou. 

Mas eu brigo quando ele não abre a boca para me explicar sobre isto. Eu grito, brigo, me desespero. E ele some. Some como se estivesse dizendo "eu não me importo com o seu descontrole".

Ôh gato ingrato, viu!

Acha???

Não sou uma descontrolada! Não sou! Uma prova? 
Prova disso, é que eu volto lá, coloco água ou leite naquele bendito pote com ração e tcharam! O gato está se fartando daquela mistureba! 

Aí, tudo volta ao normal, eu continuo a minha vida, ele a dele (uma das 7 né!), e convivemos lindamente... Até chegar o próximo lanche! Daí em diante, novos enigmas, novos embates, novas frustrações, novas descobertas. Até descobrir que o que ele quer é água e não comida, já são mais duas horas de analista...

É, eu mereço! 

Isso é o que resulta quando seu filho é criado por vó. A minha que acostumou o gato a ter todos esses luxos. E sobra agora para mim - uma humilde mortal - a decisão de tira-lo deste sonho e traze-lo de vez para a bruta realidade do dia-a-dia. 

Cruel demais, não é?

Melhor ir tentando decifra-lo, mesmo. Até que, não é tão ruim. =)




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia - FIM!



Ok, ok. Passei por muitas coisas esses dias.
Hoje, a fisioterapia foi ótima. Minha panturrilha que o diga!
Acho que ela nem existe mais.

Fui à dentista... Depois de meses, finalmente, consegui ir até lá.
E fui andando, hein!

O dedo está ficando cada vez melhor. Hoje caiu a unha. Ela estava meio que colada, e hoje, depois de praticamente um mês e meio, caiu. Isto porque eu estava disposta a pintá-la...

Hummmm... Sim! A monografia... Defendi de acordo com as minhas ideias, com a minha emoção, de acordo com a minha poesia.
Tirei a segunda maior nota. Mas não fiquei feliz.
A banca detonou o meu trabalho, como sabem, e eu me senti frustrada.
Mas passou. Se eu tenho direito a minha opinião, elas também têm direito as delas.

Pacote fechado, acho que é hora de enterrar (ops!) encerrar esse diário!

Ideias não me faltam. Palavras também.
Que venha agora, o bem!
Porque de má, já basta a minha consciência.

Abraços!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia – defendendo a defesa



Estava tudo horrível. O trabalho, minhas ideias, minhas soluções. Ela, uma da bancada, disse “salvação”... Disse que no final uso tudo aquilo como uma salvação para o aluno. E só não debochou mais porque é uma ótima atriz e se conteve.

São crânias, eu sei que são. Se não fossem, não estaria ligando tanto para a opinião delas.

Mas percebem o quanto é frustrante você ler todos aqueles artigos, perceber a genialidade de tantos autores, querer ser igual a eles – titãs da escrita – para de repente, se ver diante de uma porcaria de trabalho, sem nexo, sem coerência, algo considerado um tanto “devaneio” demais?

O que quero dizer é que, eu sou capaz sim, de fazer um trabalho técnico, científico, formal. Mas não queria perder a essência poética. Por isso optei por caminhar entre os dois lados. Na realidade, pensei que assim tivesse feito. Mas elas me mostraram que não. Mostraram-me um monte de erros, de vícios de linguagem, de referências “nada haver” com o contexto da monografia.

Merda, viu. E eu me sentindo (A) escritora!

É decepcionante, muito decepcionante. Porque eu estava segura, certa do que queria fazer nessa vida e aí vem elas e me dizem praticamente para eu rever meus conceitos.
Elas são parte do que é contemporâneo, lidam com o corpo, conhecem muito a esse respeito. E eu RESPEITO isso.

Porém, elas me disseram para não levar para o lado pessoal. Mas começo a desconfiar, se por acaso, não foram elas que levaram para esse lado? Pois, quase todos os erros apontados se deram por serem afirmativos quanto à transformação que a escrita pode nos dar. E não quanto ao corpo.

Ok, será que eu deveria ter comparado a ação do corpo com a ação do texto?

Mostrado a vivência sob a ótica de uma diretora, dramaturga?

Homessa, porque nada disso me fora questionado nas primeiras páginas do trabalho?

Vocês entendem o que eu digo? Conseguem entender minha aflição? Meu desespero em perceber que podia ter feito mais e, no entanto, não estava enxergando essas possibilidades apontadas? E que agora que enxergo, percebo que meu trabalho inteiro não passa de tolices e mais tolices?

Quase pensei em parar de escrever. Quase.

As pessoas podem dizer que estou dando muito lado para esse feedback da banca, que estou me devorando demais por coisa a toa.

À toa?

Não, não é à toa. Não chorei rios de lágrimas como chorei do polo até o ponto de ônibus, do táxi (porque ônibus eu não posso pegar, por estar ainda com bota no pé) até em casa, do banheiro até o quintal, da sala até o quarto, na hora da janta, na hora de dormir, na hora de pensar no que escrevi, à toa...

Eu vou melhorar. Eu também vou ser um titã da escrita. E eu também vou ser assim reconhecida.

Amém!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia - o grande dia!



Meu dedo às vezes parece um organismo a parte. Sinto que só o carrego para não ficar feio esteticamente.

Espero a sua resposta.
Todos os dias procuro por alguma pista. Mas nada. Você alcançou um objetivo importante por esses dias. Eu também espero alcançar. Prometi que ia deixar quieto e vou deixar. Só não esqueça do que eu disse, ok? Vou te esperar.

E a monografia? É hoje. Hoje é o dia de minha defesa. Como defender algo tão importante para mim como a escrita? Só se eu corresse com o meu trabalho para o meio da rua e fugisse do polo!

Trabalhei feito uma louca agora mesmo. Varri a casa, passei pano, lavei o banheiro, a louça de ontem... E se pudesse faria mais coisas. Mas acontece que a vontade de escrever apareceu e eu não pude resistir. Sinto que gosto de esquecer, de fugir um pouco das coisas, para ver se me mantenho mais firme.

Quase chorei hoje. Mas foi mais por pensar no quão as palavras são importantes para mim... E ter que dizer isso para uma banca é emocionante, não tem jeito. E quase chorei também de pensar em você... Eu sei, não quero pressionar, na verdade, só quero libertar. Libertar meu coração dessa aflição. Gosto de você. E quando você enfim, ter tempo para gostar de mim, vou me sentir eternamente grata aos céus.

Por enquanto, sou grata por estar viva e por conhecê-lo.

Parece que não, mas cansei de escrever por ora, Aurora!

Vou me recolher a minha insignificância e estudar mais para a banca de logo mais a tarde.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia - quase "the end"



Fisioterapia é bom. Mas é um saco. Porque você lembra o tempo todo o porquê de estar lá. Lembra da sua imprudência, lembra que tem gente melhor que você, porque não fica reclamando toda hora que nem você, lembra que amanhã ou depois você vai esquecer de tudo isso e vai andar de moto novamente, com um capacete no braço e sandálias no pé. Por quê? Porque você é uma idiota que adora correr riscos.

Ok, eu aprendi a lição. Mas será que aprendi para sempre?

Ouço agora uma banda muito boa: “Dry the River”. Sabe lá Deus que diabos quer dizer esse nome. Mas é muito boa. O gato está deitado no chão, quase no centro da sala e a cachorra perto da porta, atrás do sofá. Hoje, eles ainda não se estranharam. Ainda...

Estou sentindo um pouco de sono, canseira. Mas é resultado dessa semana inteira de fisioterapias e monografias... Sim, terminei a minha. Segundo meus orientadores ficou um trabalho bom. Muito bom. Mas não sei, quero esperar chegar até o fim p/ perceber realmente que tudo isto é comigo.

Isto, isso, desse, deste, nunca sei qual usar. Quase me ferro no trabalho por não guardar direito estas noções.

Estas ou essas?

Enfim, vocês entenderam que não sei direito. E mais, que ainda não perdi um tempo vendo a respeito.

Chega, né? Este, esse diário já está torrando a paciência por hoje!

Abraços!


Antes era "não se reprima". Agora é: não se rotule!



Não me venha com dicas, não me venha com conselhos, não me venha com rótulos.

Você não é uma porcaria de “assim” e nem de “assado”. E nem eu.

Esqueça essa merda de definição de vida, de auto entendimento, e o escambau!

Se você não curte xadrez hoje, amanhã vai estar na moda e você vai usar uma camiseta estampada de xadrez mais cedo ou mais tarde. E aí? Cadê seus princípios?

Então, p/ que se rotular como um(a) “vida louca” ou um(a) “romântico(a) alucinado(a)”?

Se toca, meu!

Se sou poetisa hoje, não quer dizer que por isso, amanhã ou depois, eu não vá fazer um barraco na frente do shopping...

A inconstância da vida está no fato de sermos diferentes, únicos. E não cópias.

Você pode ser quem você quiser, desde que não se “rotule” por isso. O rótulo te separa de coisas boas, verdadeiramente boas.

Por isso, esqueça os padrões que insistem em circular pelos incomuns. Eles só limitam o que você pode ser.

Beleza?


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Diários de uma monografia - (res)sentimentos



Eu não sei o que pode estar provocando esse desgaste interno.
E não é bem um desgaste. Talvez seja apenas ansiedade...

Estou pensando em vários projetos. Em várias coisas. Mas não porque já estamos no fim do ano, e automaticamente, começamos a fazer um monte de planos para o ano vindouro. Estou pensando porque o ócio é o único amigo que tem me acompanhado nesses dias de repouso e de estudos.
Uma casa fica cheia de amigos quando tem festa. Até mesmo daqueles que você nem imaginava que pudesse sê-lo.
Agora, se você for esperar que alguém apareça para lhe ajudar no banho, na passeadinha pelo quintal, ou na ida até o hospital, sinto muito! Nem todos estarão desocupados para isso.
Mas estavam para festa, não é?

Não ligo para isso. São apenas pensamentos que passam agora, nesse momento, por essa cabeça, sem pretensão de julgamentos. Só os digitei.

A propósito, terminei a monografia.

Será possível que o arrependimento seja tão rápido e tão passível de compreensão, como foi o meu, nesses últimos dias?

Sabe, apenas penso que poderia ter feito mais coisas, escrito mais. A monografia me parece tão incompleta. Tem tanta gente que queria citar, tanto termo que queria escrever, tanta tese para explicar...
É triste não ter tanto tempo!

Ok, sem ressentimentos.

O que tiver de ser, será. 

Há(A)braços!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Diários de uma... ops! De um Acidente!



Oh my...

Minhas unhas ultrapassaram a barreira entre a gaze e o algodão, e freneticamente coçam o bendito local irritado. Sinto uma mescla de prazer e dor que confundidas com outro momento, poderia dizer que remetem à um gozo sexual.

Posto isso para que eu me lembre, mais a frente, do sofrimento ocasionado por uma imprudência minha no trânsito. Leve, mas uma imprudência. E minha, confesso.

Tudo é difícil.
Comer, fazer xixi, tomar banho, sentar, utilizar o pc. Fazer o TCC.
E ainda, ter que conviver com as coceiras infinitas!

Como pode uma queda tão boba de moto me trazer tantas consequências?
É o risco que se corre por carregar capacetes no braço.

Sim, caí porque perdi o equilíbrio levando um capacete no braço!
E sim, tive fratura exposta no dedo do pé por estar de sandálias!

Dois erros, no qual, já estou pagando caro por eles.

45 dias.
Na verdade, 34. Porque de hoje para o dia que retornarei ao trabalho faltam ainda 34 dias.

Demorei tanto a me acostumar com o trabalho, e agora que estava tranquila, feliz, acontece isso.

É a vida. E é bonita mesmo assim.

Ai... E essa coceira que não passa...

Dizem que quando está assim é porque está sarando.

Sei não, mas do jeito que minhas unhas estão coçando – descontroladas – é bem capaz de eu precisar de mais 45 dias de repouso...

Diários de uma Monografia – Sereníssima (eis um feriado prolongado!)



“Antes eu sonhava. Agora já não durmo.”

Nesse instante ouço Legião, com sua “Sereníssima”...
Tento conciliar o que escuto com o que estudo. Quem sabe assim, consigo me concentrar para esse TCC. Eu tenho o tema. Tenho os autores. Tenho o tempo. Mas ainda assim, não sai. Faltam-me as palavras.

Acho que um trauma se instaurou em mim.
Não posso ver sandálias!
Todas que vejo por aí, em pés alheios, parece-me uma arma com uma forte tendência ao decepamento ou de fratura de outro artelho. Ou melhor, CID S92.5...
Sim, estou traumatizada.
Quem sabe depois, quando voltar a andar normalmente, me recupere dele.

Quando eu olho muito longe minhas vistas ficam embaçadas.

Será vista cansada?
Ou ganância aguçada?

A monografia possui um bom sumário, segundo meus orientadores.
Mas o recheio...
Ok, dizem que ser otimista não significa que as coisas melhorem. Mas o pessimismo também não irá ajudar, com certeza.
Portanto, sim, o recheio está indo bem, obrigada!

Bom, por ora, é isso Aurora.

Vou ver se minhas células cerebrais funcionam em contato com as teorias de alguns autores e juntas, finalmente, resultam em um bom trabalho.

Abraços!
E viva a proclamação! Viva o feriadão!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Diários de uma Monografia – as palavras



Boom Boom Boom!

Uma música dance faz com que me anime nesse dia chuvoso. Mas o dia já é noite, e a noite já está acabando.
De manhã pensei em começar com uma frase assim: somos seres aprisionados.

Mas agora vejo que não tem sentido. Somos prisioneiros daquilo que temos medo. Logo, ao pararmos de ter medo, deixamos de ser prisioneiros.

Isso tudo porque meu pé amanheceu com uma dor extraordinária. Acho que em dia de curativo ele já amanhece tenso. Porque tudo ao redor dele é tenso.
Ouço agora timbalada! Ô vontade de sair pulando por aí...
E esse pé hein? Tiro p/ pular ou pulo com ele?

Tive uns feedbacks bons em relação à monografia. Disseram que parece que só agora me achei dentro do trabalho.
E realmente. Sinto-me mais pertencida à ele.

O texto é maravilhoso. Escrever é fantástico. Pelo menos, eu sinto isso. É verdadeiro. Amo as palavras, amo o que posso fazer com elas. Juntas ou separadas, elas são o que são!
Signos.

Com palavras podemos escrever uma letra de canção, de paródia, crônica, artigo, teatro, lista de compras, frase de caminhão, de banheiro, de facebook.
Tudo com palavras torna-se mais fácil de ser entendido. A não ser quando elas mesmas fazem parte de um enigma. Aí não tem jeito! Temos que decifrar o que está por trás delas.

A matemática não existe sem elas.
A carteira de identidade também não.
Receita de médico muito menos.
Que dirá a religião!

Somos todos reféns do que uma palavra pode fazer conosco. 


domingo, 4 de novembro de 2012

Diários de uma Monografia - o feedback



43 dias.

Contagem regressiva para voltar a viver e conviver.

Hoje tive uma notícia boa. Os últimos trabalhos feitos estão bons. Lógico, fico feliz. Houve entrega, paixão, e o resultado, no final, foi reconhecido.

Mas também, 8 em 15 não é lá nota que se preze!
Claro que me dedicaria em dobro!

43 dias...

Hoje também foi dia de fazer curativo. Oh Cristo! Que aflição maldita. O enfermeiro mexendo em cada gaze, tirando cada fita adesiva, passando o algodão... O coisinha interminável. E de novo, o meu mantra com Jesus no meio era o que me acalmava.

Ouço Sara Bairelles. É uma música tão gostosa, tão dançante, que em outros tempos já estaria no meio da sala, dançando e cantando. Com direito a caras e bocas!

Agora, só o canto me domina por enquanto.

Até esses 43 dias passarem.


sábado, 3 de novembro de 2012

Diários de uma monografia – Deus



Então, é sábado.

 Espero a resposta dos professores em relação aos últimos trabalhos apresentados. Agora ouço “Laranja” com Maria Gadú. Impossível não ouvir sem cantar junto.

Ontem, sexta dia 2, dia em que se comemora finados, um acidente de moto quase me fez pensar no pior. Mas percebi que no fim das contas, a minha fé, posta à prova, aumentou mais.

Deus está comigo. Mesmo eu não sendo digna. Mas Deus esteve, está, e sempre estará comigo. Se eu sempre, é claro, abrir as portas para Ele.

Agora, cá estou. Com uma perna queimada, a outra toda ralada e com os dedos do pé engessados. Quando caí de moto, estava usando sandálias, algo não recomendado pelos agentes de trânsito... Afinal, num acidente assim, o que vai primeiro são as partes mais baixas do corpo, no caso, os dedos do pé.

Foi horrível. O desespero tomou conta de mim. Por um momento vi minha vida inteira. Lembrei-me do TCC. E pensei: não aceito Senhor! Tenho que termina-lo! Tenho que casar e ter filhos!

E como num mantra, repeti durante várias horas seguidas “Senhor Jesus, eu agradeço por já estar curada!”. Isso me manteve firme. Impediu-me de desmaiar na hora da dor.
           
Aliás, percebi algo. A dor é a vitamina do recomeço.

Entre os dedos do pé tive uma fratura exposta. Entre os batimentos do coração, tive uma revelação:
Deus é fundamental para o nosso alimento interior. Nosso corpo deve ser sempre um templo para que Ele habite em nós.
            
Parece papo de fanático? Devoto? Maníaco? Beata?
           
Sei lá. Nunca fui de frequentar uma religião, igreja, ser tão fiel. Mas a provação que tive ontem, fez com que eu ficasse mais próxima de Deus. Jesus. Espírito Santo.
            
E no meio dessa experiência toda, a monografia.
            
Por ora, terei que ficar em casa. Fazendo tudo de casa. Não sei exatamente quando terei que apresentar o trabalho. Mas espero que até lá, a minha recuperação esteja completa. Espero, não. Ela estará! Com a graça e o acordo, benção de Deus, é claro.
            E é isso.

Abraços virtuais, queridos!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Diários de uma Monografia - dia 2



Não dá para pensar com o calor. Tudo o que penso parece escorrer juntamente com o suor.

Não é que esteja difícil prosseguir com o TCC. Na verdade, eu consegui algumas belas proezas. Isso é, na minha visão, logicamente. Ainda não tenho a temida impressão dos orientadores, mas depois da carcada que levei, creio que aprendi a desenvolver melhor o trabalho.

O duro é a falta de tempo. Essa é uma desculpa considerada moderna, já que na era digital que temos, realmente, ter tempo é um luxo. Aliás, deveríamos ter mais tempo justamente por tudo hoje em dia ser digital, tecnológico, eletrodoméstico.

Ou seria eletroselvagem?

domingo, 28 de outubro de 2012

Diários de uma Monografia - Refazendo o 1º capítulo




Djavan, Paula Toller, Maria Gadú. Mudança na sala. Espelho p/ outra parede, mesinha p/ cá, limpeza e mais limpeza. Tudo porque um bendito TCC não quer sair!
Recorro a tantas coisas. Mas não flui. Não sai. Não junta.
Não junta as minhas ideias com as dos autores.
Pareço enlouquecer. Porque quero fazer especial, fazer belo, fazer romântico.
“Eu quero mesmo é viver p/ esperar, esperar, devorar você...”
Letra de canção é bem mais fácil de escrever do que esse TCC.
Calor. Muito calor.
O jeito é ouvir música p/ se concentrar. P/ entrar no clima, na sina dessa monografia.
“Sina” é o que toca agora.
Abaixo o volume. Mas não é porque o gritinho de Djavan é alto, não me incomoda. Só não quero acabar a monografia e juntamente, acabar com a minha audição.
A professora quer que eu seja objetiva, direta. Mas que não perca a essência poética que tenho.
Hã? Cuma?
Que Deus na sua infinita bondade me ajude!
Confesso que estou há quatro dias tentando escrever algo na frente desse notebook. Mas tudo o que consegui foram 4 citações de autores diferentes escritas (bem mal escritas mesmo) numa folha de caderno.
11 livros estão do lado esquerdo da cama. Na verdade são 12, mas esse último é de um amigo que me emprestou dizendo é que muito bom para nós, artistas.
Artista, eu?
Já fui mais.
Agora sou só uma secretária de escola.
Troco a música. “Sina” já tinha tocado por 2 vezes. Já estava se tornando uma verdadeira sina mesmo.
A música que toca agora nem me arrisco a dizer o nome certo, é uma gastação de letras nela, é mais fácil dizer apenas “Aleluia”. Ou a música tema do filme do Sherek.
E hoje tem uma comédia aqui na cidade. Mas não vou. Dá-me uma dor na consciência em pensar que enquanto assisto a uma peça deixo de escrever uma página da monografia (mesmo que eu não escreva!).
A música é um tanto triste, o que já serve como uma base para uma auto reflexão, um momento mais calmo, brando, que vai me levar ao êxtase da minha escrita. E quem sabe com isso, paro de enrolar e adentro de vez no mundo obscuro desse TCC.
É.
É o que devo fazer.
É o que farei.
É o que já estou fazendo.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Embasamento [Prático] Teórico




Na vida, nunca estamos 100% ótimos. A gangorra vital tem vez que pende mais para baixo do que para cima. Estar triste faz parte de nós. Mas, tem gente que faz questão de não enxergar isso. E nesse egoísmo, não percebe o outro.
Atualmente, a alegria parece ser a única característica importante nas pessoas. Ser feliz é sinal de bom humor e bom humor é sinal de pré-disposição a tudo. E quem não quer uma pessoa com bom humor apuradíssimo o tempo todo?
O problema é quando não estamos bem. E aí, parece que ninguém te vê. Nessa hora, é sempre bom ter o velho espelho do lado...
Diga para a pessoa que verá nele: eu gosto de você!
Resolve?
Resolve!
Por 3 minutos, apenas.
Mas serão os 3 minutos mais importantes do dia, pois você se doou um pouco a si mesmo e pôde assim, se sentir melhor.
Não se preocupe, a tristeza faz parte da nossa civilização e voltará um dia quando menos esperar. Mas fique calmo! Uma pessoa muito legal irá te ajudar com ela.
Quem?
Adivinha...
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à      Você!






Inté, meu povo! 
Ótimos reflexos no espelho p/ “cêis”!