sábado, 15 de dezembro de 2012

Poesia de Sábado Chuvoso II - Tudo há de produzir Felicidade






Felicidade... 


não vem da idade
não vem da maldade
não vem da caridade



Felicidade vem da felicidade. 



Quer seja sabor doce
Quer seja sabor azedo
Quer seja aquela saudade


Tudo há de produzir felicidade.



Quando não houver falsidade.



Poesia de Sábado Chuvoso - "Smile" de Milão





Meu “smile” veio de Milão
Atravessou a copa, inundou o saguão
Sorriu travesso e disse “sorry” pela confusão
No badalar da meia-noite quis dançar com o meu coração
Mas como já estava cansada com tanta imaginação
Mandei-o embora com suas malas e galanteios pelas entradas do casarão

A esta hora se encontra em alguma estação
Procurando quem possa o livrar da solidão




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia - FIM!



Ok, ok. Passei por muitas coisas esses dias.
Hoje, a fisioterapia foi ótima. Minha panturrilha que o diga!
Acho que ela nem existe mais.

Fui à dentista... Depois de meses, finalmente, consegui ir até lá.
E fui andando, hein!

O dedo está ficando cada vez melhor. Hoje caiu a unha. Ela estava meio que colada, e hoje, depois de praticamente um mês e meio, caiu. Isto porque eu estava disposta a pintá-la...

Hummmm... Sim! A monografia... Defendi de acordo com as minhas ideias, com a minha emoção, de acordo com a minha poesia.
Tirei a segunda maior nota. Mas não fiquei feliz.
A banca detonou o meu trabalho, como sabem, e eu me senti frustrada.
Mas passou. Se eu tenho direito a minha opinião, elas também têm direito as delas.

Pacote fechado, acho que é hora de enterrar (ops!) encerrar esse diário!

Ideias não me faltam. Palavras também.
Que venha agora, o bem!
Porque de má, já basta a minha consciência.

Abraços!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia – defendendo a defesa



Estava tudo horrível. O trabalho, minhas ideias, minhas soluções. Ela, uma da bancada, disse “salvação”... Disse que no final uso tudo aquilo como uma salvação para o aluno. E só não debochou mais porque é uma ótima atriz e se conteve.

São crânias, eu sei que são. Se não fossem, não estaria ligando tanto para a opinião delas.

Mas percebem o quanto é frustrante você ler todos aqueles artigos, perceber a genialidade de tantos autores, querer ser igual a eles – titãs da escrita – para de repente, se ver diante de uma porcaria de trabalho, sem nexo, sem coerência, algo considerado um tanto “devaneio” demais?

O que quero dizer é que, eu sou capaz sim, de fazer um trabalho técnico, científico, formal. Mas não queria perder a essência poética. Por isso optei por caminhar entre os dois lados. Na realidade, pensei que assim tivesse feito. Mas elas me mostraram que não. Mostraram-me um monte de erros, de vícios de linguagem, de referências “nada haver” com o contexto da monografia.

Merda, viu. E eu me sentindo (A) escritora!

É decepcionante, muito decepcionante. Porque eu estava segura, certa do que queria fazer nessa vida e aí vem elas e me dizem praticamente para eu rever meus conceitos.
Elas são parte do que é contemporâneo, lidam com o corpo, conhecem muito a esse respeito. E eu RESPEITO isso.

Porém, elas me disseram para não levar para o lado pessoal. Mas começo a desconfiar, se por acaso, não foram elas que levaram para esse lado? Pois, quase todos os erros apontados se deram por serem afirmativos quanto à transformação que a escrita pode nos dar. E não quanto ao corpo.

Ok, será que eu deveria ter comparado a ação do corpo com a ação do texto?

Mostrado a vivência sob a ótica de uma diretora, dramaturga?

Homessa, porque nada disso me fora questionado nas primeiras páginas do trabalho?

Vocês entendem o que eu digo? Conseguem entender minha aflição? Meu desespero em perceber que podia ter feito mais e, no entanto, não estava enxergando essas possibilidades apontadas? E que agora que enxergo, percebo que meu trabalho inteiro não passa de tolices e mais tolices?

Quase pensei em parar de escrever. Quase.

As pessoas podem dizer que estou dando muito lado para esse feedback da banca, que estou me devorando demais por coisa a toa.

À toa?

Não, não é à toa. Não chorei rios de lágrimas como chorei do polo até o ponto de ônibus, do táxi (porque ônibus eu não posso pegar, por estar ainda com bota no pé) até em casa, do banheiro até o quintal, da sala até o quarto, na hora da janta, na hora de dormir, na hora de pensar no que escrevi, à toa...

Eu vou melhorar. Eu também vou ser um titã da escrita. E eu também vou ser assim reconhecida.

Amém!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia - o grande dia!



Meu dedo às vezes parece um organismo a parte. Sinto que só o carrego para não ficar feio esteticamente.

Espero a sua resposta.
Todos os dias procuro por alguma pista. Mas nada. Você alcançou um objetivo importante por esses dias. Eu também espero alcançar. Prometi que ia deixar quieto e vou deixar. Só não esqueça do que eu disse, ok? Vou te esperar.

E a monografia? É hoje. Hoje é o dia de minha defesa. Como defender algo tão importante para mim como a escrita? Só se eu corresse com o meu trabalho para o meio da rua e fugisse do polo!

Trabalhei feito uma louca agora mesmo. Varri a casa, passei pano, lavei o banheiro, a louça de ontem... E se pudesse faria mais coisas. Mas acontece que a vontade de escrever apareceu e eu não pude resistir. Sinto que gosto de esquecer, de fugir um pouco das coisas, para ver se me mantenho mais firme.

Quase chorei hoje. Mas foi mais por pensar no quão as palavras são importantes para mim... E ter que dizer isso para uma banca é emocionante, não tem jeito. E quase chorei também de pensar em você... Eu sei, não quero pressionar, na verdade, só quero libertar. Libertar meu coração dessa aflição. Gosto de você. E quando você enfim, ter tempo para gostar de mim, vou me sentir eternamente grata aos céus.

Por enquanto, sou grata por estar viva e por conhecê-lo.

Parece que não, mas cansei de escrever por ora, Aurora!

Vou me recolher a minha insignificância e estudar mais para a banca de logo mais a tarde.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Diários de uma Monografia - quase "the end"



Fisioterapia é bom. Mas é um saco. Porque você lembra o tempo todo o porquê de estar lá. Lembra da sua imprudência, lembra que tem gente melhor que você, porque não fica reclamando toda hora que nem você, lembra que amanhã ou depois você vai esquecer de tudo isso e vai andar de moto novamente, com um capacete no braço e sandálias no pé. Por quê? Porque você é uma idiota que adora correr riscos.

Ok, eu aprendi a lição. Mas será que aprendi para sempre?

Ouço agora uma banda muito boa: “Dry the River”. Sabe lá Deus que diabos quer dizer esse nome. Mas é muito boa. O gato está deitado no chão, quase no centro da sala e a cachorra perto da porta, atrás do sofá. Hoje, eles ainda não se estranharam. Ainda...

Estou sentindo um pouco de sono, canseira. Mas é resultado dessa semana inteira de fisioterapias e monografias... Sim, terminei a minha. Segundo meus orientadores ficou um trabalho bom. Muito bom. Mas não sei, quero esperar chegar até o fim p/ perceber realmente que tudo isto é comigo.

Isto, isso, desse, deste, nunca sei qual usar. Quase me ferro no trabalho por não guardar direito estas noções.

Estas ou essas?

Enfim, vocês entenderam que não sei direito. E mais, que ainda não perdi um tempo vendo a respeito.

Chega, né? Este, esse diário já está torrando a paciência por hoje!

Abraços!


Antes era "não se reprima". Agora é: não se rotule!



Não me venha com dicas, não me venha com conselhos, não me venha com rótulos.

Você não é uma porcaria de “assim” e nem de “assado”. E nem eu.

Esqueça essa merda de definição de vida, de auto entendimento, e o escambau!

Se você não curte xadrez hoje, amanhã vai estar na moda e você vai usar uma camiseta estampada de xadrez mais cedo ou mais tarde. E aí? Cadê seus princípios?

Então, p/ que se rotular como um(a) “vida louca” ou um(a) “romântico(a) alucinado(a)”?

Se toca, meu!

Se sou poetisa hoje, não quer dizer que por isso, amanhã ou depois, eu não vá fazer um barraco na frente do shopping...

A inconstância da vida está no fato de sermos diferentes, únicos. E não cópias.

Você pode ser quem você quiser, desde que não se “rotule” por isso. O rótulo te separa de coisas boas, verdadeiramente boas.

Por isso, esqueça os padrões que insistem em circular pelos incomuns. Eles só limitam o que você pode ser.

Beleza?


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Destinos...




Você quer uma bicicleta.

Você planeja, faz orçamento, escolhe marca, e depois de 2 anos compra a melhor de todas.
E então, na primeira vez que sai com ela, virando a esquina, se vê diante da maior inconveniência de todas: a sua morte.

Ele podia estar atrasado para o trabalho, para o parto do filho, fugindo da polícia, alcoolizado, drogado, ou, simplesmente, quis ultrapassar o vermelho para não perder tempo. Mas, então, ele passa de cidadão comum para seu assassino.

O que mais seria inconveniente?

O semáforo não estar fechado para você?

A bicicleta não ter vindo um dia antes?

O destino?

Então, qual é afinal, o sentido da porra do destino?


Pensemos a respeito, apenas isso. 

Tempos Indeterminados



Catarina: Acha mesmo isto justo?
André: Não é dos males o pior...
Catarina: Eu lhe ofereci tudo. Dei os meus sonhos, as minhas angústias, os meus desejos, as minhas inquietudes, até mesmo as minhas risadas. Dei meu coração inteiro a você. Dei o que havia de melhor em mim. Confiei em você. E agora isso?
André: Ora, por favor, não venha querer me deixar culpado. Nós dois nos damos um ao outro. Eu também fui seu por inteiro.
Catarina: Mas não o suficiente, não é? Você fingiu tudo isso. Só para me conquistar, me ganhar por aí.
André: Não sejamos bobos, Catarina! Eu amei você, como nunca amei ninguém. Mas acaba. Essas coisas acabam. Não seja dramática, por favor. Podemos ser amigos, melhores amigos.
Catarina: Eu não quero essa sua amizade! O que eu quero é o seu corpo, as suas palavras, o seu jeito. O seu jeito de me amar.
André: Isto, eu não posso oferecer mais.
Catarina: Mas a ela, você pode oferecer, não é?
André: Não venha com esta história, novamente. Eu n-ã-o t-e-n-h-o o-u-t-r-a, entendeu?
Catarina: Como posso entender André? Numa hora você diz que é para sempre e na outra você diz para sermos amigos!
André: Eu nunca disse que seria para sempre.
Catarina: Ah não?
André: Não. Eu disse que lhe faria feliz, ok? Por tempo indeterminado.
Catarina: Como se amar fosse algo determinado...
André: Esqueça, Catarina! Eu já disse que acabou. Fim! Ponto final, certo? Siga a sua vida, procure novas possibilidades de romances, amores, sei lá. Se eu ficar vai ser por cobrança. Cobrança sua. Mas não vai ser por amor. E combinamos que se fossemos fazer isso, que seria somente por amor, lembra?
Catarina: Mas eu ainda te amo... O que faço com isso?
André: Eu não sei. Não me ensinaram o que fazer com isso também... Adeus.

Naquela noite, Catarina suspirou muitas vezes em meio a soluços. Procurou por respostas, mas não encontrou algo que acalentasse sua dor. Ela fugiu do amor tanto tempo, mas se entregou acreditando ser profundo, ser para sempre. Não suportava a ideia de conviver consigo mesmo, sem André por perto. Era inútil tudo. Tomou uma atitude, então.

Luiza: Mas será que ela vai ficar bem?
André: Ela vai saber superar.
Luiza: Eu não devia estar aqui. Não nesse momento. Mas no telefone você me disse que estava sentindo um vazio estranho... e... bom... é... Eu fiquei com medo de não poder te ajudar apenas por telefone. Certo?
André: Não precisa ficar sem graça, querida. Eu adorei sua visita.
Luiza: Gosto muito de você... Mas não queria magoar Catarina.
André: Impossível. Relacionamentos que não causam mágoas não podem ser considerados verdadeiramente como relacionamentos... Não é mesmo?
Luiza. É... Acho que sim.

Campainha.

André: Deve ser a pizza, finalmente.
Porta aberta:

André: O que faz aqui? Eu pensei que tivéssemos esclarecido tudo.
Catarina: Ficou uma coisa pendente...
André: O que é isto Catarina? Vai querer me matar agora? Abaixe esta arma!
Catarina: Interessante, não é? Você troca uma letra de lugar e “arma” se torna “amar”... Hummm... Vejo que você tem visitas.
Luiza: Catarina... Eu posso explicar...
Catarina: Cala boca, sua vaca! Enquanto eu produzia os eventos você ficava passeando com o meu marido, não é?
Luiza: Não!!!
André: Catarina, vamos conversar só nós dois, por favor! Ela não tem nada haver com isto, ok? E desde quando eu sou seu marido? Ponha juízo na sua cabeça, mulher!
Catarina: Três anos não é nada para você? Como não pode ser nada? Como você pode ser tão egoísta, assim?
André: Tudo foi maravilhoso. Deu certo por três anos... Mas teve um fim! Porque você não pode somente aceitar tudo isso??? Porque tem que agir assim?

Descompensado, ele reflete após um tempo:

André: Quer saber? Eu não me importo se você queira me matar. Mas mate de uma vez! Talvez morrer seja melhor do que ter que conviver o resto da vida com o que eu estou lhe causando...
Catarina: Oh, querido... Você me ama ainda, não vê? Me ama, sim... Me ama muito.
André: Eu amo o que nós tivemos. Foi lindo. Mas amar... Amar você... não é isto o que estou sentindo. Sabe o que eu sinto? É apenas um carinho... Um respeito... Um sentimento qualquer, mas não é amor. Agora eu estou sentindo pena, remorso talvez, por ter ido tão longe com nós dois. Eu nem sei mais. Mas não é amor. Era amor, certo? Mas não é mais.
Catarina: Ok...
André: Não, abaixe esta arma. Não comece de novo, por favor.
Catarina: Saia daqui Luiza! Isto é entre mim e ele. E ninguém mais. Saia porque eu não quero que veja isto. Não quero que compactue, ou que carregue esta lembrança.
Luiza: O... o... que vai fazer?
Catarina: Saia de uma vez!!! Ótimo. Somos só nós dois. Novamente. E para sempre...
André: Tudo bem, quer atirar em mim? Atire logo. Não suporto mais essa situação.
Catarina: E você acha que eu ia deixar assim tudo tão fácil? Acha mesmo que eu ia apenas matar você e ter que se lembrar disto infinitamente? Não, querido. Logo se percebe que você não aprendeu nada sobre mim...
André: Catarina, eu não sei o que você pretende, mas...
Catarina: Você ia se lembrar da gente como uma lembrança boa. Mas eu ia lembrar com dor. Você ia me cumprimentar tranquilamente, e eu ia querer decepar sua mão. Você ia ter outros amores, e eu ia me remoer de saudades suas... Vê? Eu não posso viver sem você. Porque você era o que havia de bom na vida. E sem você, eu não me suporto. Não suporto a ideia de ter conviver comigo sozinha... Sem você para me apaziguar, me tirar das sombras.
André: Por favor, Catarina. Pense que você irá encontrar outras pessoas, também. Que tudo dará certo. Que podemos suportar sim, tudo que está acontecendo! Agora é você que está sendo egoísta... Não quer dividir esta pessoa maravilhosa que você é com mais ninguém, só comigo!
Catarina: Obrigada... Mas não há outro jeito.

Dessa vez, amarga:

Catarina: Eu quero que você sinta essa dor também.
André: O que?
Catarina: A minha vingança desse amor inútil, é que ele não poderá apagar a sua memória a partir de agora... Eu me mato, André. Mas me mato com a certeza de que você irá se arrepender tardiamente dessa sua traição...
André: Eu não lhe traí!
Catarina: Traiu sim, traiu meus sentimentos! Disse que me faria feliz e agora me faz triste!
André: Vai passar... Por favor, não faça isso. Ok, você quer amor? Eu lhe amo, pronto. Agora tire essa arma da sua cabeça... Catarina, se matar não vai resolver nada. Não vai resolver a sua vida e nem a minha. Não faça isso comigo. Eu não tenho culpa de nada! E não é porque você quer que eu sinta que eu vou me sentir culpado, certo?! Abaixe logo, isto!!!
Catarina: Tudo bem. Você tem razão.

Mas antes que ela abaixasse por completo:

Catarina: Vai passar... A dor, o amor, o ardor. Vai passar... Mas por tempo indeterminado.

E num gesto mais rápido que o próprio discernimento de André, puxou o gatilho...
E se matou, ali mesmo. 


sábado, 1 de dezembro de 2012

Dor: encalhe ou escale!


Escrevi este post no facebook. Lá, tem gente precisando destes "cutuques". Mas, creio que aqui ele também será útil.


Na vida temos vários tipos de dores:

Temos a dor da unha encravada.
A dor de não passar no exame.
A dor da ressaca.
A dor de encarar um vexame.

A dor do dedo quebrado.
A dor da solidão.
A dor do vestido rasgado.
A dor da mudança de estação.

Tudo nesse mundo envolve um tipo de dor.

O que ela fará com a gente será resultado do que fizermos com ela.
Podemos usa-la para escalar até o topo.
Ou, para encalharmos no morro.

Tudo depende de ação, sensação, superação.


Dor...
Você a usa para escalar ou para encalhar?