"Por
que o que está lá dentro
É
tudo o que não posso ser?”
(Televisão
de Cachorro – Pato Fu)
Se
às vezes deixamos transparecer que somos artificialmente intelectuais, ou como
diz um amigo, “pseudo” intelectuais, talvez a culpa (em parte) seja da
televisão. Do que assistimos, logicamente.
A
TV é formadora de opinião tanto quanto um professor. Ela trás às pessoas um
resumo de quase tudo no mundo e na maioria das vezes, o que a população absorve
é algo em torno de 60 a 70% de conteúdos fáceis de digestão, sem
aprofundamento.
O
que realmente faria uma pessoa evoluir, “passar de fase” (como diriam meus
sobrinhos) quase ninguém adquire.
Mas
a TV não deixa de ser algo que nos civilize também. TV se tornou algo tão
importante quanto um creme dental. Aliás, muitos usam a TV, mas esquecem de
usar o creme dental.
Aonde
quero chegar com essas baboseiras?
Bem,
nos tornamos seres passíveis. Cada vez mais estamos sentados à frente da caixa
de pandora, entorpecidos, mergulhados em seus conteúdos alucinógenos a tal
ponto, que esquecemos até mesmo de nossas necessidades básicas, tipo beber água
e ir ao banheiro.
Tornamo-nos
vazios.
Quando
discutimos algum assunto, a sensação é a de que falta ainda algo para
concluí-lo de vez. Quando escrevemos parece até que o vocabulário se reduziu as
meras palavras. Agora, os atos... Bom, esses a televisão anda ensinando muito!
Nossa
redenção é tamanha que a colocamos em um lugar específico da casa, numa espécie
de altar mor, onde todos possam se prostrar diante dela e a reverenciar
como se fosse uma deusa. Hipnotizadora, ela se mantém viva após mais de 50
anos.
Vale
ressaltar que, o que faz da TV ser esse meio de comunicação tão potente é o
fato de estar presente em quase todas as casas (com esses preços acessíveis) e
ter uma programação realizada por pessoas muito, mas muito inteligentes.
Acredite, você pode não ser burro, mas o cara do outro lado da transmissão sabe
o que fazer para prender a sua atenção e dessa forma, lhe transformar em um
telespectador passivo. Até mesmo quando o assunto é jornalístico. Segundo o sociólogo
Bourdieu, muitos jornalistas manipulam e são manipulados (para saber mais clique aqui):
Perde-se
a autonomia, o assunto é imposto, as condições da comunicação são impostas e
principalmente o limite de tempo, se é que alguma coisa possa ser dita. E as
pessoas estão tão envolvidas neste processo, mas não percebem esta censura. Os
jornalistas manipulam e são manipulados. Como isto pode ser visto: salários
exorbitantes, entrada e saída de apresentadores, denuncias de escândalos, em
seguida notícias de variedades acabam por contribui para desviar o
telespectadores do essencial.
Por
isso, é importante saber o que se espera assistir. Se preferir um reality show,
verá apenas situações da vida alheia. Se preferir um concerto de ópera, verá
cantores/atores em um palco. Em qual deles você se sentirá melhor? Em qual
deles você sairá mais engrandecido?
Creio
que cada qual terá a sua escolha realizada de bom grado, não importando se
aprendeu algo ou não. O que assistir ou deixar de assistir, é algo individual,
pertencente ao sujeito que escolhe o que quer assistir. Um sujeito maior de
idade. Se for criança, é melhor monitorar, não é? Não queremos futuros
cidadãos, eleitores brasileiros a mercê de qualquer porcaria...
Só
finalizando, a TV como a Caixa de Pandora, pode conter dentro essas coisas
desnecessárias, ruins, como pode também conter a esperança, o bom exemplo, e
outras cositas más. Vai de cada um a preferência por canal, desde que
feita com consciência, é claro.
Abaixo deixo 3 links para vocês curtirem um pouquinho a letra... ;D
Abracitos!!!
Inté,
meu povo!
*Pode
ser que o artigo do Bourdieu não esteja disponível no “clique aqui” acima,
portanto, tentem esse aqui, por via das dúvidas.