sábado, 24 de novembro de 2012

Como Poucos...



Você, como poucos, tem esse dom.

E então, eu não quero isso.

Não quero amar.
Não quero pensar em você com alguma esperança.

Eu sou superior a isso tudo.

O amor não me tomará pelas mãos de novo. Oh não, não fará isso novamente.
Você é a minha inspiração. E só.

A dor que carrego e que se tirar de mim, irá faltar. Pois já é um pedaço meu. Me completa.

Amo. Mas amo com dor.
E faria sentido outro tipo de amor?

Não me venha com prosa e nem poesia.
De hoje em diante quero calmaria.
Entende? Calmaria.
Que traz uma alegria. Como poucas.


[INSIGHTS] - A verdade em minhas palavras... E músicas.



[Metáforas é a poesia nas conversas.]


[Isso me incomoda. Ok? Isso sempre me incomodou.
Não diga que não tem nada haver com você. Tem haver com a gente.
Eu te disse várias vezes “siga em frente”. E o que você fez?
Nada. Você apenas ficou ali, fingindo que estava ao meu lado.
E agora você me abandona com o pior de mim.
Quer saber? Se joga na sua vida. A viva de uma vez sem mim.
Eu sei que dói mudar as coisas assim. Mas é assim que aprendemos a ser gente grande, ok?]


[Você está cansada de tudo. Não quer papo, e já comeu tudo o que tinha para comer.
O sono já veio, foi embora. E você ali...
Decide fuçar no pé enfaixado. E em meio a várias gazes, vê seu dedo indicador do pé com uma baita casquinha seca de machucado feio e relembra todo o acidente de 21 dias atrás.
Os traumas são as vírgulas da vida. 
E nesse instante tive que parar de fuçar! Porque parece que até o cheiro de hospital pude sentir novamente.
As pessoas não dão espaço a isto. A essa dor. Estão sempre inventando o que fazer, só para não darem de frente com os traumas. Mas eles também nos reerguem, nos guiam. São importantes. 
Assim como o riso, o choro ajuda na terapia.]


[Como não ver Deus? Como não ser Deus?
Uma pessoa grava um seriado a quilômetros de distância de você. Da sua rotina, da sua vida.
E de repente, mexe em alguma coisa dentro de ti. Como se fosse fácil isso.
Ela canta uma música de letra bonita.
Mas não é a voz, nem a melodia.
É a verdade que nela está imbuída.
E então, a arte faz sentido de novo.]


[É possível gritar sem esboçar um barulho sequer?
Sim.
O meu grito são as palavras.
E o seu?]


[Eu sou essa coisa, uma esponja humana que absorve o bom sabão que sai das mentes alheias.
E você? Que coisa é?
Sou daquelas que briga, é intensa. Mas que sabe se comportar na frente de gente decente.
Eu ouço a mesma música muitas vezes.
E meu ouvido dói por isso. Mas a dor dele faz valer a pena tudo, quando consigo fazer sumir a dor no coração.]


“All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
Oh yeah it's true... I was made for you”
(Brandi Carlile – The Story)




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Diários de uma monografia - (res)sentimentos



Eu não sei o que pode estar provocando esse desgaste interno.
E não é bem um desgaste. Talvez seja apenas ansiedade...

Estou pensando em vários projetos. Em várias coisas. Mas não porque já estamos no fim do ano, e automaticamente, começamos a fazer um monte de planos para o ano vindouro. Estou pensando porque o ócio é o único amigo que tem me acompanhado nesses dias de repouso e de estudos.
Uma casa fica cheia de amigos quando tem festa. Até mesmo daqueles que você nem imaginava que pudesse sê-lo.
Agora, se você for esperar que alguém apareça para lhe ajudar no banho, na passeadinha pelo quintal, ou na ida até o hospital, sinto muito! Nem todos estarão desocupados para isso.
Mas estavam para festa, não é?

Não ligo para isso. São apenas pensamentos que passam agora, nesse momento, por essa cabeça, sem pretensão de julgamentos. Só os digitei.

A propósito, terminei a monografia.

Será possível que o arrependimento seja tão rápido e tão passível de compreensão, como foi o meu, nesses últimos dias?

Sabe, apenas penso que poderia ter feito mais coisas, escrito mais. A monografia me parece tão incompleta. Tem tanta gente que queria citar, tanto termo que queria escrever, tanta tese para explicar...
É triste não ter tanto tempo!

Ok, sem ressentimentos.

O que tiver de ser, será. 

Há(A)braços!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Diários de uma... ops! De um Acidente!



Oh my...

Minhas unhas ultrapassaram a barreira entre a gaze e o algodão, e freneticamente coçam o bendito local irritado. Sinto uma mescla de prazer e dor que confundidas com outro momento, poderia dizer que remetem à um gozo sexual.

Posto isso para que eu me lembre, mais a frente, do sofrimento ocasionado por uma imprudência minha no trânsito. Leve, mas uma imprudência. E minha, confesso.

Tudo é difícil.
Comer, fazer xixi, tomar banho, sentar, utilizar o pc. Fazer o TCC.
E ainda, ter que conviver com as coceiras infinitas!

Como pode uma queda tão boba de moto me trazer tantas consequências?
É o risco que se corre por carregar capacetes no braço.

Sim, caí porque perdi o equilíbrio levando um capacete no braço!
E sim, tive fratura exposta no dedo do pé por estar de sandálias!

Dois erros, no qual, já estou pagando caro por eles.

45 dias.
Na verdade, 34. Porque de hoje para o dia que retornarei ao trabalho faltam ainda 34 dias.

Demorei tanto a me acostumar com o trabalho, e agora que estava tranquila, feliz, acontece isso.

É a vida. E é bonita mesmo assim.

Ai... E essa coceira que não passa...

Dizem que quando está assim é porque está sarando.

Sei não, mas do jeito que minhas unhas estão coçando – descontroladas – é bem capaz de eu precisar de mais 45 dias de repouso...

Diários de uma Monografia – Sereníssima (eis um feriado prolongado!)



“Antes eu sonhava. Agora já não durmo.”

Nesse instante ouço Legião, com sua “Sereníssima”...
Tento conciliar o que escuto com o que estudo. Quem sabe assim, consigo me concentrar para esse TCC. Eu tenho o tema. Tenho os autores. Tenho o tempo. Mas ainda assim, não sai. Faltam-me as palavras.

Acho que um trauma se instaurou em mim.
Não posso ver sandálias!
Todas que vejo por aí, em pés alheios, parece-me uma arma com uma forte tendência ao decepamento ou de fratura de outro artelho. Ou melhor, CID S92.5...
Sim, estou traumatizada.
Quem sabe depois, quando voltar a andar normalmente, me recupere dele.

Quando eu olho muito longe minhas vistas ficam embaçadas.

Será vista cansada?
Ou ganância aguçada?

A monografia possui um bom sumário, segundo meus orientadores.
Mas o recheio...
Ok, dizem que ser otimista não significa que as coisas melhorem. Mas o pessimismo também não irá ajudar, com certeza.
Portanto, sim, o recheio está indo bem, obrigada!

Bom, por ora, é isso Aurora.

Vou ver se minhas células cerebrais funcionam em contato com as teorias de alguns autores e juntas, finalmente, resultam em um bom trabalho.

Abraços!
E viva a proclamação! Viva o feriadão!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Diários de uma Monografia – as palavras



Boom Boom Boom!

Uma música dance faz com que me anime nesse dia chuvoso. Mas o dia já é noite, e a noite já está acabando.
De manhã pensei em começar com uma frase assim: somos seres aprisionados.

Mas agora vejo que não tem sentido. Somos prisioneiros daquilo que temos medo. Logo, ao pararmos de ter medo, deixamos de ser prisioneiros.

Isso tudo porque meu pé amanheceu com uma dor extraordinária. Acho que em dia de curativo ele já amanhece tenso. Porque tudo ao redor dele é tenso.
Ouço agora timbalada! Ô vontade de sair pulando por aí...
E esse pé hein? Tiro p/ pular ou pulo com ele?

Tive uns feedbacks bons em relação à monografia. Disseram que parece que só agora me achei dentro do trabalho.
E realmente. Sinto-me mais pertencida à ele.

O texto é maravilhoso. Escrever é fantástico. Pelo menos, eu sinto isso. É verdadeiro. Amo as palavras, amo o que posso fazer com elas. Juntas ou separadas, elas são o que são!
Signos.

Com palavras podemos escrever uma letra de canção, de paródia, crônica, artigo, teatro, lista de compras, frase de caminhão, de banheiro, de facebook.
Tudo com palavras torna-se mais fácil de ser entendido. A não ser quando elas mesmas fazem parte de um enigma. Aí não tem jeito! Temos que decifrar o que está por trás delas.

A matemática não existe sem elas.
A carteira de identidade também não.
Receita de médico muito menos.
Que dirá a religião!

Somos todos reféns do que uma palavra pode fazer conosco. 


domingo, 4 de novembro de 2012

Diários de uma Monografia - o feedback



43 dias.

Contagem regressiva para voltar a viver e conviver.

Hoje tive uma notícia boa. Os últimos trabalhos feitos estão bons. Lógico, fico feliz. Houve entrega, paixão, e o resultado, no final, foi reconhecido.

Mas também, 8 em 15 não é lá nota que se preze!
Claro que me dedicaria em dobro!

43 dias...

Hoje também foi dia de fazer curativo. Oh Cristo! Que aflição maldita. O enfermeiro mexendo em cada gaze, tirando cada fita adesiva, passando o algodão... O coisinha interminável. E de novo, o meu mantra com Jesus no meio era o que me acalmava.

Ouço Sara Bairelles. É uma música tão gostosa, tão dançante, que em outros tempos já estaria no meio da sala, dançando e cantando. Com direito a caras e bocas!

Agora, só o canto me domina por enquanto.

Até esses 43 dias passarem.


sábado, 3 de novembro de 2012

Diários de uma monografia – Deus



Então, é sábado.

 Espero a resposta dos professores em relação aos últimos trabalhos apresentados. Agora ouço “Laranja” com Maria Gadú. Impossível não ouvir sem cantar junto.

Ontem, sexta dia 2, dia em que se comemora finados, um acidente de moto quase me fez pensar no pior. Mas percebi que no fim das contas, a minha fé, posta à prova, aumentou mais.

Deus está comigo. Mesmo eu não sendo digna. Mas Deus esteve, está, e sempre estará comigo. Se eu sempre, é claro, abrir as portas para Ele.

Agora, cá estou. Com uma perna queimada, a outra toda ralada e com os dedos do pé engessados. Quando caí de moto, estava usando sandálias, algo não recomendado pelos agentes de trânsito... Afinal, num acidente assim, o que vai primeiro são as partes mais baixas do corpo, no caso, os dedos do pé.

Foi horrível. O desespero tomou conta de mim. Por um momento vi minha vida inteira. Lembrei-me do TCC. E pensei: não aceito Senhor! Tenho que termina-lo! Tenho que casar e ter filhos!

E como num mantra, repeti durante várias horas seguidas “Senhor Jesus, eu agradeço por já estar curada!”. Isso me manteve firme. Impediu-me de desmaiar na hora da dor.
           
Aliás, percebi algo. A dor é a vitamina do recomeço.

Entre os dedos do pé tive uma fratura exposta. Entre os batimentos do coração, tive uma revelação:
Deus é fundamental para o nosso alimento interior. Nosso corpo deve ser sempre um templo para que Ele habite em nós.
            
Parece papo de fanático? Devoto? Maníaco? Beata?
           
Sei lá. Nunca fui de frequentar uma religião, igreja, ser tão fiel. Mas a provação que tive ontem, fez com que eu ficasse mais próxima de Deus. Jesus. Espírito Santo.
            
E no meio dessa experiência toda, a monografia.
            
Por ora, terei que ficar em casa. Fazendo tudo de casa. Não sei exatamente quando terei que apresentar o trabalho. Mas espero que até lá, a minha recuperação esteja completa. Espero, não. Ela estará! Com a graça e o acordo, benção de Deus, é claro.
            E é isso.

Abraços virtuais, queridos!