sábado, 10 de maio de 2014

Minha Vida Está Morta






Minha vida está morta
Quando não ouço de qualquer povo
Um grito de socorro.

Minha vida está morta
Quando sei dançar “American Pie”
Mas não sei levantar o irmão que cai.

Minha vida está morta
Quando sei pisar na areia
Mas não sei lidar com a limitação alheia.

Minha vida está morta
Porque assim aceito que esteja.
Sem meias palavras.
Sem meias cerejas.

Minha vida está morta
Quando sei que o animal morre
Para saciar no homem, a fome.

Minha vida está morta
Quando o que tenho de melhor (minhas palavras!)
Não lhe trazem à face suas verdadeiras lágrimas.

Minha vida está morta
Quando minhas metáforas filosóficas
Não lhes transforma!

Minha vida está morta
Porque assim aceito que esteja.
Sem meias palavras.
Sem meias sertanejas.

Minha vida está morta
Quando todo o meu trabalho
Escorre pelo ralo.

Minha vida está morta
Quando meus quilos a mais
Me excluem dos demais.

Minha vida está morta
Quando as minhas verdadeiras lágrimas brotam
E todos os lenços molham.

Minha vida está morta
Porque assim aceito que esteja.
Sem meias palavras.
Sem meias pretas.

Meu mundo é indecifrável.
Não consigo explica-lo.
Você fez vir à tona todas as minhas fragilidades.
Todas.

Me descubro agarrada à uma pelúcia
Com medo dos adultos...
Sou uma criança
Sem passado e sem futuro!

E assim minha vida está morta...

Minha vida está morta
Quando não sei lidar
Com o seu olhar.

Minha vida está morta
Quando você não assume a responsabilidade
Pela minha/nossa felicidade.

Minha vida está morta
Quando você consegue minha paixão
Mas me deixa rastejando no chão...

Morta.
Minha vida está morta!
Porque assim aceito que esteja!
Sem meias palavras...

Sem meias sextas!


terça-feira, 15 de abril de 2014

A Folha e o Vento



Mil labirintos para lhe achar.
Mil escudos para lhe proteger.
Mil cruzeiros para lhe navegar.
Mil caminhos para lhe percorrer.

Você que é mistério.
É água.
É poço.
É súbito, é fundo.

É mágoa passageira.
Diamante bruto.

Como folhas trepadeiras,
Escalou o meu mundo.

Arrastou-me nas folhas secas,
Para brincar no meu outono.

Faço-te mil poemas
Para ver se te encontro.

Mas sei que é subindo as montanhas
Onde tu se encaixas mais seguro.

Então, vamos rezar um segredo?
Você faz de mim sua folha,

E eu de ti, meu vento!



segunda-feira, 14 de abril de 2014

Uma Homenagem para a Nossa Amizade


Meu querido Fer,

"Uma amizade
Uma raridade

Mais que saudade
Um coração na vaidade!

Você se tornou uma celebridade
Nos altos papos de outras amizades...
Talvez pela intensidade
De suas sinceridades.

Por fora és brutalidade
Por dentro um anjo de fragilidade.
Hoje completa matur[idade]
Mas desde antes eras tranquilidade.

Aos animais, negou a maldade,
A si mesmo permitiu-se criatividade.

Em outros tempos, novas oportunidades
Trouxeram-lhe a trilha para a felicidade...

E assim, a vida nos colocou em outras cidades,
Mas no coração ainda ouço bater nossa singela amizade!

Que assim seja pela eternidade,
Que assim seja nossa irmandade."

:)



















"Coração Vagabundo"


 Que culpa tenho de ser eu, esse coração solitário
a pulsar por tantos outros desnecessários?
Amor tenho: no nome, na vida, de sobra.
Mas nada me dobra.

Meu coração é vagabundo,
bate por todos no mundo.

Meu coração é nobre,
Com tantos nãos se fez mais forte.

Meu coração é único,
Ninguém pode com seus dilúvios.
Chora por tantas bobagens...
Confesso que em muitos casos, lhe falta coragem!

Meu coração é tão meu...
Que seria capaz de lhe arrancar só p/ ganhar um beijo seu.
E aproveitando que ele já não estaria mais lá dentro,
Compraria as alianças e lhe pediria em casamento!

Ele sim, seria um par perfeito...
Meu querido coração, fora do peito.

Com um amor assim, viveria somente uns instantes.
Mas o que é a eternidade frente a um momento tão contagiante?





segunda-feira, 17 de março de 2014

“Em Terra de Simba, quem tem Disney é Rei”




É uma das últimas cenas. A garota do filme chora porque o escritor estava se reencontrando com a musa inspiradora do seu recente livro.

Vê?

Alguém consegue ver, alcançar as lágrimas dela no filme?
Por que chora?
Será que ser a musa inspiradora é seu real objetivo para aquele momento?

Não. Ela só queria ser o amor revolucionário de alguém, como assim eram com os personagens no livro.



O filme é “Alex & Emma”.
Mas a história já é manjada por todos.
Um amor, uma decepção, uma reconciliação.

Mas não é Tarantino, nem Scorcesse, e por isso mesmo, não tem lá seu devido valor.
Se fosse Beatles na trilha sonora, de repente, pudesse garantir alguns fãs mais velhos.
Se a garota tivesse uns seios maiores pode ser que o escritor nem pestanejasse em ficar com ela... Já a agarrasse ali mesmo, no primeiro encontro.

Mas a garota era só mais uma garota.
Era só mais um “ombro-amigo”.
Lia os livros de trás p/ frente, porque dependendo do final, o leria todo.
Não tinha aqueles poderes de uma “super-girl”: não ria de maneira bucólica, não paquerava sendo charmosa, não sabia as frases de todos os filmes, livros, revistas, jornais, comerciais, patentes, presidentes...

Era só mais uma garota, apenas.

Não havia conhecido nenhum vampiro disposto a brigar por ela.
Não era caçadora de sombras.
Não via espíritos.
Não comia delicadamente.
E não cantava lindamente.

Mas escrevia seus próprios poemas.

- O que? Poemas?
- É, vale mais frase de cinema!
- Querida, em terra de “Simba” quem tem Disney é Rei...

Mas saiba ser uma boa perdedora, garota. Afinal, nem sempre falar “você precisa tirar esses arames farpados em sua volta” irá garantir que o rapaz tenha um “relacionamento sério” com você.
Ele gosta de ser pisado.

Seja você o sapato!

- Realy?
- No!!!

Não leve isso na vida como lema.
Faça poema.

Talvez sua vida insossa ainda possa ser tocada por algum amor revolucionário.
Ou talvez fique ainda presa no bate-papo.

- Mas e o filme?
- Que que tem o filme?
- Ele ficou ou não ficou com ela?
- Com a musa?
- Não ué, não era p/ a garota a nossa torcida?
- Ah, sim!
- E então?
- Digamos que ele tenha ficado com quem era o certo de ficar...
- Não diga! Com a musa???
- Oh my... Esquece!



terça-feira, 11 de março de 2014

Esboços para Mim – 1 –

Gostaria de estar mais atenta e de estar mais atenta, estar mais ativa.
E estando mais ativa, estaria mais reconciliada comigo mesma.
Como escritora, devo dizer: as vias andam me deixando confusa...
O que mais me acomodaria na vida?
Trabalho?
Educação?
Salário?
Escrevo sem saber o norte, se há caminho ou encruzilhada.
A entidade disse:
- Siga sua vontade, seu desejo. Não fique com alguém na base da submissão. Tem que haver o equilíbrio...

E eu lá, duvidando se era uma divindade mesmo ou apenas “teatro”.

Sinto que um cigarro faria bem para a minha imagem de escritora. Clarice que o diga!
Mas não faria bem, talvez, para meus pulmões.

Tantos amores. Tantas paixões. Quero todos. Quero todas.

Já deixei de me amar... Faz um tempo.
Apenas me gosto.
E por me gostar, preservo ainda um pouco da dignidade que me resta: passo perfume e pinto os lábios!

Por que haveria de me amar? Quais os motivos?
Vejamos: inteligente, crítica, linda e... Diria algo mais apimentado aqui, mas não convém!

Um passo de cada vez... Esse é o segredo.
Ah! E claro, pensamento positivo!
Bendita lei da atração! Ainda hei de me beneficiar com ela...

E sendo assim, good bye!