quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O punhal que nos fere





"Você não escolhe o que quer ser.
Simplesmente, torna-se."
(M. Amorim)



Quando damos importância demasiadamente às pessoas que convivemos, percebemos que elas podem nos ferir e muitas vezes nos sangrar até a última gota, sem ao menos se darem conta disso.
Mas o problema não está nelas. E nós nos cobramos por saber que o problema está em uma única pessoa: nós mesmos.
Assim, nos torturamos, nos machucamos, nos escondemos, chorando quietinhos para que ninguém descubra essa “bobagem”. Estamos frágeis e tudo que queremos é um recomeço. Um recomeço diferente de todos os outros...
Sabemos que essa importância é negativa e precisa ser eliminada de nossas identidades. Se doar demais ao outro pode doer demais em nós.
Mudanças?
Não. Tudo ficará igual. Porque as pessoas são iguais.
O que nos resta é assumir o que erramos e esquecer o acontecido. E principalmente, não dar mais ao outro a possibilidade de nos apunhalar.
Como? Cada um irá achar a sua resposta.
Certa vez, li que um sábio (ou monge) recebera insultos de alguém. Intrigado, um aprendiz perguntou por que ele não revidara aquela grosseria. Calmamente, o sábio lhe respondeu que um presente só é nos dado, se caso o aceitarmos. Até que o presente seja realmente nosso, ele ainda pertence a quem está nos dando. Portanto, aqueles insultos, grosserias, não chegaram aos ouvidos do sábio porque ele não os aceitara. Ficaram com quem estava insultando.
Dessa forma, temos uma visão do que podemos fazer, caso alguém queira nos ferir. Porém, creio que não temos uma santidade ou sabedoria para tal. E a mágoa dilacera todos os nossos instintos. Com certeza, optaremos por nos esconder novamente até que essa bendita mágoa passe e possamos enfim, andar por entre as pessoas. Outra vez.


Abraços, dessa autora apunhalada.

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