*Ouçam primeiro "Adele - Someone Like You". Servirá como fundo musical para este pequeno texto.
Meus medos flutuam por entre espaços de ar
que não suportam mais o vácuo que as células provocam em mim.
Meus olhos olham pelo o que a janela não
pode me transformar.
Se meu sentimento se confunde não é pelo
que não tenho. Não é pelo que não vejo. É pelo que provocas em minha pele.
Você se tornou o que há de pior em mim. Tornou-se
o que não quero lembrar...
Por que ainda penso no que podia me dar?
Por que ainda quero aquele ar de triste
manhã?
Por que não percebo que o que tínhamos não
era nada marcante quanto o que imaginei que tivéssemos.
Você foi só uma imagem num quadro. Abstrato,
só me deu pistas do que eu não podia colorir.
Seguir o caminho de volta está difícil,
porque não lembro exatamente onde estão nossos passos marcados.
Você invadiu meu espaço de forma que não
sigo nem mesmo quando a luz do sol aparece trazendo a esperança de uma nova
fronteira, um novo caminho, uma nova chance.
Você acabou com o meu recomeço.
Você deveria me amar.
Por que? É o que me pergunta assim, sem
ressentimento, sem sentimento.
...
E
por que não me amar?
Mas sabe a resposta? Talvez a ouça no
próximo verão, quando as chuvas carregarem você para nosso velho aconchego.
Ou talvez, ela não seja algo de se ouvir.
Talvez fique apenas presa na moldura, pregada junto com a sua imagem. Agregando
poeiras, fixando teias.
Não vou limpá-la. Porque não quero ver o
que imaginei ter. Porque não quero lembrar o que falsamente planejei.
Siga.
Eu vou seguir.
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