sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vida, estômago, rock e tripas de tartarugas

O ato de querermos sempre mais e mais vem de onde será?
Quando ouvimos uma música e logo nos identificamos com ela, não sossegamos enquanto não enjoamos de ouvi-la. É como se usássemos sempre a mesma camisa. Até que se esgarça o último fio de linha existente da pobre coitada.
Ou quando não nos damos por satisfeitos enquanto não vemos as migalhas restantes do que um dia foi um bolo delicioso.
É.
É assim a vida.
Queremos sempre mais e mais.

Falando em ouvir música, as de hoje em dia estão cada vez mais descartáveis. O que é aquele troço de rebolation, créu, melancia, cotovelo, pé na cova, saco de lesma, macarrão de rato, e o inferno a quatro...?
Fico com medo.

Meu estômago mais ainda.

Não que eu numa hora dessas em que a gente fica distraída, sem ter nada para fazer não cometa um pequeno deslize de ouvir umas e outras sandices dessas. E o pior que suas melodias são tão previsíveis que logo sua mente começa a decorar a bendita da letra e quando você vê já está balbuciando a canção inteira.

É no serviço.
No elevador.
Na sala de aula.
No saguão do hotel.
Na recepção do dentista.
No penhasco mais alto.
No fundo do mar.
No inferno.
Na rádio.
No céu.

Em todos os lugares.

Fico pensando... Quando o rock era mania nacional na década de 80, o que esse pessoal fazia? Sim, porque eles deviam sofrer a beça como a gente sofre atualmente.
Mudar a estação da rádio não adiantava muito.
Será que eles mudavam de país? O que eles faziam??? Poxa. Eles bem que podiam dar-nos a dica. Será que usavam somente pelotas de algodão no ouvido? Não ajuda muito quando o som do vizinho é super-hiper-mega-ultra-power-plus-advanced mais potente do que seus meros algodõezinhos...
É. Acho que mudar de país é uma opção ainda relevante.

Não estou sendo preconceituosa. Jamais. Até porque preconceito é um pré-conceito que você tem antes de conhecer algo com mais afinco.
Eu já conheço e sei que não é bom para mim. Para quem gosta é. Assim como o meu gosto também não é bom para a grande parcela de pessoas existentes no mundo.

Putz. Nem durmo pensando nisso...

Ha ha ha. Um pouco de sarcasmo para alegrar a noite.

Mas voltando aos quereres dos seres humanos, eles (os humanos) querem acabar o planeta. Isso todos nós já sabemos. Mas será que quem quer salva-lo sabe disso? Porque se souberem com certeza vão ver que essa luta é em vão. Vejamos: eu luto para salvar nem que seja a picanha do boi... E lá no Japão eles estão comendo até as tripas das tartarugas. Não é injusto? Eu faço a minha parte. Pequenina, ingênua, solitária. Mas é a minha parte. E eles caçam aos montes! Aos montes! Tem noção disso? É muito.
É muito para meu cérebro cansado.

É uma luta em vão.

Mas antes morrer heroicamente na guerra lutando, do que covardemente numa sala de jantar comendo bife a milanesa!

Inté.

2 comentários:

  1. Apoiado!

    Nossa luta é um tanto solitária, mas nunca deixa de ser gratificante. Me faz muito bem e tenho certeza que lhe faz bem também.

    Um beijão!

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  2. Com certeza!

    Fico muito bem em saber que não estou sacrificando uma vida animal.

    Mas queria arredar mais guerreiros pra as nossas bandas...

    Por enquanto, deixo estar.

    Um dia venceremos!

    Beijos!

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Fala meu povo!